Atitude equivocada
Tucanos criticam dispensa de executivo da Engevix na CPI da Petrobras
Deputados do PSDB criticaram a decisão do presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), de dispensar o executivo Gerson Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix, que seria ouvido nesta quinta-feira (21). “Tenho ciência da importância da CPI e do Congresso Nacional, mas vou exercer o meu direito de não me incriminar, já que sou réu de ação penal da Operação Lava Jato”, disse Almada, no início do depoimento.
Para os tucanos, mesmo que o executivo não quisesse falar, ele deveria ouvir as perguntas dos parlamentares. O deputado Izalci (DF) explicou que a CPI pode ser a única forma disponível para a população acompanhar uma investigação, já que o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal é mantido sob sigilo. “Temos que dar oportunidade a todos de se manifestar, A sociedade merece acompanhar o que estamos fazendo”, disse o deputado. Segundo ele, a atitude do presidente foi equivocada e pode definir os rumos da comissão.
O deputado Delegado Waldir (GO) também discordou da decisão de liberar o executivo. Ele alega que a CPI já ouviu políticos, doleiros, mas agora cria uma barreira de proteção aos empreiteiros. “Estamos abrindo uma porta para a impunidade e para que essa comissão vire pizza”, lamentou. Para ele, a conduta de Motta foi uma falta de respeito com os deputados que esperavam desde cedo para questionar o depoente.
Almada foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, junto com outros executivos e funcionários da Engevix: Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico; Luiz Roberto Pereira, diretor; e Newton Prado Júnior, diretor.
A Engevix participou de licitações para reforma das refinarias Abreu e Lima (PE) e Getúlio Vargas (PR). Entre 2007 e 2014, as empresas do grupo assinaram contratos com a Petrobras no valor total de R$ 4,1 bilhões. Nesse período, transferiram cerca de R$ 7 milhões para contas de empresas de fachada usadas pelo doleiro Alberto Youssef.
O vice-presidente da empreiteira é ligado a Milton Pascowitch, preso hoje pela Polícia Federal na 13ª fase da Operação Lava Jato. Pascowitch é acusado de intermediar propinas da Engevix para diretores da Petrobras e para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
(Da redação com informações da Agência câmara/ Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
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