E o partido dos trabalhadores punindo…os trabalhadores, por Arthur Virgílio Bisneto
Estamos acompanhando já há algum tempo o aumento dos preços no Brasil. Em todos os quatro cantos do país, a constatação das pessoas é uma só: inflação elevada. A população tem notado com mais frequência que o seu suado salário está comprando cada vez menos bens de consumo. A mesa está cada vez mais vazia ou com produtos de menor qualidade, porque a renda do trabalhador está sendo corroída pela inflação.
Diante de toda a angústia expressa pela população, o governo ainda insiste em afirmar em alto e bom tom que a inflação está sob controle. Durante o pleito eleitoral do ano passado, a candidata Dilma insistia em ludibriar os eleitores afirmando que os preços não estavam descontrolados. Vimos depois que o governo segurou o aumento de muitos preços por conta do impacto que isso causaria no resultado das eleições; uma decisão puramente pensando na manutenção do poder e não no bem-estar da população.
Com a vitória no pleito eleitoral, o governo mostrou sua verdadeira face e liberou o aumento dos preços de vários itens, como gasolina e energia. Tamanho está o descontrole atualmente que até o próprio governo não acredita mais que conseguirá manter a inflação de 2015 dentro do que estabelece o regime de metas de inflação, sendo o teto 6,5% a.a. O mercado estima também inflação elevada, prevendo que encerre o ano em cerca de 8,3% a.a., segundo o último Boletim Focus do Banco Central.
Esse aumento descontrolado dos preços também é observado na cesta básica. De acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica está bastante elevado neste começo de ano. Os dados apontam que no primeiro quadrimestre o preço da cesta básica teve elevação em todas as 18 capitais pesquisadas, apresentando percentual mínimo em Manaus (3,3%) e máximo em Vitória (17,71%).
Se tomarmos em conta a inflação acumulada nos quatro primeiros meses de 2015, que está em 4,56% (já corresponde ao centro da meta de inflação, que era para ser a inflação de todo o ano de 2015), notamos que das 18 capitais nas quais o Dieese faz levantamento de preço da cesta básica, em apenas duas delas a variação no valor da cesta básica não foi maior do que a inflação acumulada: Manaus (3,3%) e Florianópolis (4,31%).
Como estamos enfatizando desde o começo de nosso mandato, o governo Dilma está punindo a população brasileira com suas políticas equivocadas, diminuindo paulatinamente o poder aquisitivo do trabalhador.
Os dados da cesta básica referentes a 2015 mostram que a cada mês o brasileiro que recebe salário mínimo tem que trabalhar mais, para garantir a alimentação de sua família. Para se ter uma ideia, em janeiro o tempo necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 90 horas e 01 minuto, em fevereiro de 91 horas e 04 minutos, em março de 91 horas e 59 minutos e, por fim, em abril foi de 94 horas e 28 minutos, segundo os dados do Dieese.
O atual cenário econômico está muito ruim; a perspectiva para o crescimento da economia é pior do que no ano passado (quando o PIB ficou estagnado); implementação de um pacote de ajuste fiscal que vai sacrificar muito a população brasileira; consumidores e empresários estão pessimistas com os rumos do país. São todos pontos que influenciam negativamente na vida da população. São pontos que continuarão pressionando os preços e fazendo com que o trabalhador brasileiro necessite trabalhar mais tempo para adquirir a cesta básica para alimentar a sua família.
É o partido que se diz ser dos trabalhadores punindo exatamente os trabalhadores brasileiros mais carentes. Isso é simplesmente lamentável e vergonhoso!
(*) Arthur Virgílio Bisneto é deputado federal pelo PSDB-AM, vice-líder da Oposição e presidente regional do PSDB no Amazonas. (foto: Alexssandro Loyola)
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