Tumultuando o ambiente


Tucanos criticam manobras na CPI da Petrobras para impedir convocações que contrariam petistas

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Tucanos estão novamente em peso na CPI da Petrobras. Entre eles, Bruno Covas e Antonio Imbassahy.

Deputados do PSDB reclamaram da tentativa de parlamentares petistas de protelar a apreciação de importantes pedidos pautados na CPI da Petrobras nesta quinta-feira (14). Entre os diversos itens constantes da pauta, estavam os pedidos de quebra de sigilo e convocação do ex-ministro José Dirceu, apresentados pelo PSDB, e até de convocação do ex-presidente Lula, de autoria do DEM.

Antes de votar a pauta normal da comissão, os deputados tiveram que apreciar os itens priorizados pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que deixou de fora de suas “prioridades” a maioria dos requerimentos apresentados pela oposição, inclusive os de convocação de ministros citados em depoimentos da Operação Lava Jato e os referentes a José Dirceu e Lula.

Numa manobra protelatória logo no inicio da sessão, Luiz Sérgio recusou sugestão da oposição de apreciar os pedidos em bloco e, assim, dar celeridade aos trabalhos. Cada pedido teve que ser apreciado individualmente, prolongando a sessão e deixando para depois os pedidos considerados urgentes pela maioria dos deputados.

Para o deputado Delegado Waldir (GO), a decisão do relator foi “vergonhosa”. A manobra petista conseguiu adiar a votação dos pedidos considerados fundamentais pelos deputados da oposição devido o início da Ordem do Dia no plenário da Câmara, o que impossibilita a continuidade de sessões deliberativas em comissões. “A medida foi protelatória. O Brasil espera agilidade dessa comissão. Votar um por um esses requerimentos que têm consenso é uma enganação, uma vergonha”, criticou o tucano. 

 O deputado Bruno Covas (SP) rechaçou a tentativa de parlamentares petistas de fazercom que as investigações da CPI fujam do escopo legal da comissão. A CPI da Petrobras investiga as práticas ilícitas no âmbito da estatal entre os anos de 2005 e 2015. Durante a sessão dessa quinta-feira deputados do PT voltaram a fazer acusações ao PSDB, tentando postergar as votações e as investigações em curso que atingem em cheio o Partido dos Trabalhadores.

Para Izalci (DF), os petistas tentam tumultuar a sessão. O deputado lembrou que a quadrilha que agiu sistematicamente na empresa atuou durante os governo de Lula e Dilma e não antes disso. Conforme ressaltou, tentar ir além do período determinado é ilegal. Os petitas tentaram aprovar pedidos de investigação referentes a anos anteriores àqueles que é de competência do colegiado, mas esbarraram no regimento e foram impedidos pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

Pedidos protelados – Ficaram de fora da lista de requerimentos aprovados nesta quinta-feira, além dos pedidos referentes a Lula e José Dirceu, as convocações dos ministro Edinho Silva (Comunicação Social) e da ex-ministra Miriam Belchor (Planejamento); do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares;  do diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Consenza; do ex-Ministro-Chefe da Controladoria-Geral da União Jorge Hage; e do engenheiro Shinko Nakandakari. Todos esses pedidos haviam sido apresentados pelo PSDB.

Entre os pedidos aprovados estão o de convocação de Rafael Ângulo Lopez, ex-funcionário da GFD Investimentos, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, usada para forjar contratos e justificar movimentação financeira de propina. Três pessoas ligadas ao doleiro também estão entre os convocados: Leonardo Meirelles, Rafael Ângulo e Caio Gorentzvaig. O colegiado convocou novamente o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco para depor e aprovou a convocação do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues.

Diversos empresários de empresas como a Toyo Setal, a Sete Brasil, a SAP Brasil Ltda e o Grupo Schain, também tiveram suas convocações aprovadas. Do setor petroquímico foram convocados Davi Feffer e Daniel Feffer, ex-sócios da empresa Suzano Petroquímica. Foram acatados ainda pedidos de envio de novos documentos pela Petrobras e uma visita técnica às obras abandonadas da Refinaria Premium I, no Maranhão. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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14 maio, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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