SwissLeaks
Para Macris, trabalho de jornalista sobre contas secretas do HSBC ajudará a melhorar controle
Em audiência pública da Subcomissão para Recuperação de Ativos no Banco HSBC, o jornalista Fernando Rodrigues, do portal UOL, criticou o desinteresse dos órgãos de controle financeiros e fiscais brasileiros em relação à investigação das contas secretas de brasileiros na Suíça. Para o deputado Vanderlei Macris (SP), presidente da subcomissão, o trabalho do jornalista ajudará no aperfeiçoamento do controle nacional.
O tucano ressaltou que o país não tem normas contra vazamentos de dados e o aprimoramento do controle é extremante necessário. “Vamos utilizar dessa grande contribuição que foi esse trabalho de jornalismo investigativo para propor o aperfeiçoamento nas regras do sistema financeiro e de investigação. O Brasil não tem esse domínio e precisa corrigir essa fragilidade”, avaliou.
Rodrigues foi o primeiro jornalista do país a divulgar o escândalo das contas secretas de brasileiros existentes no HSBC de Genebra nos anos de 2006 e 2007. O caso, conhecido como SwissLeaks, é o maior vazamento de dados bancários da história. Desde o ano passado o repórter analisa os 8.657 arquivos de correntistas brasileiros que recebeu do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). No entanto, Rodrigues explicou que só interessa a ele clientes que tem “relevância jornalística e interesse público”, que são cerca de 400 correntistas do total obtido. Essa também, era a condição que o ICIJ estabeleceu para entregar os dados.
A relevância jornalística e interesse público, segundo Rodrigues, são por pessoas públicas e empresas de grande porte ou que movimentaram volume alto de dinheiro.
Todos os 8.657 correntistas mantinham US$ 7 bilhões no HSBC da Suíça em 2006 e 2007. Segundo o jornalista, apesar de não ser de seu interesse, deveria ser dos órgãos de fiscalização competentes. “O trabalho agora é por parte da Polícia Federal e da Receita Federal. Os US$ 7 bilhões podem ter se transformado em muito mais nos anos seguintes”, argumentou, alertando ainda a necessidade de se verificar os crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas.
Em 2014, Rodrigues enviou 342 nomes ao Coaf e perguntou se estes estavam em dia com o Imposto de Renda. “O Coaf nada fez. O Coaf é assim, cabeado para dar errado ou não fazer nada”, disse.
O relator da Subcomissão, Toninho Wandscheer (PT-PR), informou que o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, se reuniu com os deputados membros do grupo no dia 31 de março, e destacou que não se interessaram pela lista porque não foi considerada “oficial”. Segundo o relator, somente após a publicação na imprensa que o órgão buscou verificar as informações.
(Da assessoria do deputado)
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