Incoerência petista
Governo aumenta gastos de custeio enquanto prejudica trabalhador para promover ajuste fiscal
O governo Dilma tem atingido diretamente a classe trabalhadora cortando benefícios, elevando impostos e aumentando tarifas e preços como os da energia elétrica e da gasolina. O saco de maldades é reflexo direto do descontrole das contas públicas e da necessidade de um ajuste fiscal. Essa é a desculpa oficial, mas a presidente e sua equipe não “cortam na carne” e continuam com gastos em alta, apesar das restrições de despesas anunciadas pelo próprio governo. Nos quatro primeiros meses do ano, as despesas correntes cresceram 12% em comparação com o mesmo período do ano passado, como revela levantamento do Núcleo de Orçamento da Assessoria Técnica do PSDB na Câmara.
Esses gastos correntes incluem a manutenção da inchada máquina pública bancada com os impostos pagos pelos brasileiros: quase 40 ministérios e cerca de 25 mil cargos comissionados na estrutura federal. Com base em dados do Siafi, o levantamento aponta contínuo crescimento dessas despesas correntes entre janeiro e abril, representando 33% de tudo que já foi gasto pelo governo neste ano.
Do R$ 1,052 trilhão autorizado, foram efetivamente pagos R$ 259,8 bilhões. Ou seja, 24,7% do custeio da máquina administrativa neste ano já foram pagos. O valor é 12% maior que o do mesmo período de 2014 (R$ 237 bilhões). Parte significativa dessas despesas são obrigatórias, como a da Previdência (R$ 107 bilhões), mas mesmo assim não se vê o Planalto dando exemplo na redução do custeio da máquina.
Investimentos patinam – Enquanto isso, os investimentos patinam e a sociedade segue pagando caro para manter um Estado altamente ineficiente devido à incompetência de seus governantes. Da dotação autorizada de R$ 102,2 bilhões, foram emitidos pagamentos em cerca de R$ 400 milhões, ou seja, 0,4%. O que significa dizer que o primeiro quadrimestre do ano se acabou e praticamente nada do que está previsto no orçamento para investimentos saiu do papel. Em relação ao mesmo período de 2014, houve queda absurda de 77,8% nos investimentos.
O deputado Izalci (DF) analisou os dados e destacou a capacidade do governo petista de ir à contramão das necessidades do país. O tucano avalia que o governo deveria cortar na carne, fazendo exatamente o contrário do que tem acontecido: reduzir despesas, cortar gastos de custeio e aumentar os investimentos.
O parlamentar afirma que, na prática, no Brasil acontece tudo diferente dos países desenvolvidos. “Aqui o contribuinte paga em média 45% de encargos e o governo não retribui prestando serviços de qualidade. Ao invés de se punir os gestores, aumentam os impostos e cortam direitos dos trabalhadores, que já trabalham de janeiro ate 31 de maio só para pagar tributos”, criticou.
Para ele, é absurdo e inadequado o método adotado de tributar ainda mais os cidadãos e cortar direitos trabalhistas para produzir um ajuste fiscal enquanto se gasta dispendiosamente para manutenção da máquina.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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