Ausência de planejamento

Otavio Leite constata abandono e desperdício em visita técnica da CPI da Petrobras ao Comperj

Otavio Leite mostra documento do TCU sobre equipamento adquirido por R$ 35 milhões que não será mais usado.

Deputados do PSDB integrantes da CPI da Petrobras visitaram nesta sexta-feira (8) as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O Comperj é um dos empreendimentos da Petrobras em que houve pagamento de propina e participação de cartel dos fornecedores, segundo delações premiadas da Operação Lava Jato.

O deputado Otavio Leite (RJ) divulgou nas redes sociais vídeo mostrando a área do Trem 1, primeira etapa da obra. Segundo ele, o complexo deveria ter ficado pronto em 2011, mas corrupção, incompetência e visões equivocadas prejudicaram a construção. “Dizem que 85% está pronto. No entanto, já se gastaram bilhões e bilhões. Nós da CPI estamos aqui para saber mais dados sobre isso”, explicou. Também participam da visita técnica o 1º vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy (BA), Delegado Waldir (GO) e outros integrantes do colegiado.

Otavio Leite exibiu ainda foto de equipamento adquirido por R$ 35 milhões que não será mais usado. “O papel na minha mãe é do TCU e comprova a compra”, afirma o tucano (veja imagem ao lado). Relatório do Tribunal de Contas da União aponta que alguns equipamentos foram adquiridos e não serão mais usados, pois a parte de petroquímica foi abandonada. “Pra CPI foi muito importante ter vindo até aqui para constatar esse absurdo, essa a ausência de planejamento. O país perdeu, essa é a verdade”, completou o tucano.

Em abril, o tucano propôs representação ao TCU para apurar as responsabilidades dos dirigentes da Petrobras cujas decisões provocaram prejuízos até agora de R$ 45 bilhões na construção do Comperj. Reportagem do jornal “O Globo” destacou as perdas e atrasos na obra da primeira refinaria, que está suspensa desde dezembro por falta de verba. O prejuízo estimado pela própria estatal considera entre outros fatores, investimentos feitos que não podem ser recuperados e gastos com a manutenção durante a paralisação da obra.

(Da Redação/ Foto: Reprodução Facebook)