Planalto vira as costas!


Diante de vítimas do autoritarismo venezuelano, tucanos repudiam silêncio do governo Dilma

CRE

Tucanos manifestam apoio às mulheres vítimas de aliado ao governo do PT no país vizinho.

Deputados do PSDB acompanharam nesta quinta-feira (7) audiência pública com a presença de mulheres de presos políticos da Venezuela realizada na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Mitzy Ledezma, Lilian López e Rosa Urozco amargam as consequências do regime político de Nicolas Maduro, que comanda violações de direitos humanos e promove prisões políticas de oposicionistas ao governo nacional. Vários parlamentares questionaram o silêncio do governo Dilma sobre a situação do país vizinho e acompanharam as três na visita ao Plenário da Câmara.

Após a reunião, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou a criação de uma comissão especial do Congresso brasileiro para viajar a Venezuela e avaliar a situação dos presos políticos e a escalada da violência praticada pelo governo de Nicolás Maduro.

Play

Lilian é casada com Leopoldo López, líder do partido político Vontade Popular, que está na cadeia desde fevereiro do ano passado acusado de ter incitado violência em manifestações contra o regime chavista. Mitzy é esposa de Antônio Ledezma que, no exercício de seu mandato como prefeito de Caracas, foi preso por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional em janeiro. Já Rosa Orozco mostrou foto da filha assassinada pela polícia de Maduro. “Não quero que isso aconteça com outras mães”, afirmou. 

Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado Eduardo Barbosa (MG) disse que a posição do Brasil diante dos fatos é ideológica, covarde, avessa à defesa dos direitos humanos e “o que acontece na Venezuela é intolerável”. “Mesmo matando pessoas, realizando prisões políticas, fazendo com que pessoas não tenham direito à defesa, o Brasil se silencia, não emitindo uma nota sequer de apoio àqueles que sofrem a violação dos direitos humanos”. “Ficamos perplexos diante de um governo formado por um partido que dizia defender direitos humanos e, quando pode fazê-lo e expressá-lo de forma correta e veemente, não faz”, completou. 

morte

Rosa mostra foto da filha assassinada pela polícia de Maduro.

Dilma se recusa a recebê-las – “Hoje nós vemos uma mobilização muito maior do ex-presidente Gonzalez, da Espanha, fazendo com que o mundo pudesse despertar a essa situação. E o Brasil aqui do lado, como membro do Mercosul, um líder dos países da América do Sul não se pronuncia”, reiterou. Segundo o congressista, Dilma, como mulher e mãe, não teve nem mesmo a capacidade de receber e ouvir o relato das vítimas do regime venezuelano.

Da tribuna, o líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), também criticou Dilma. “O que o Brasil espera é que a presidente da República, que foi presa política, possa recebê-las como demonstração que o Brasil está aberto ao sofrimento dos países irmãos. A presidente da República precisa se reencontrar com a população brasileira”, apontou da tribuna.

Por sua vez, a deputada Geovania de Sá (SC) manifestou discordância com a posição do governo federal de silenciar-se diante tudo o que acontece com o governo da Venezuela. “Como deputada, como mulher e como mãe, eu me solidarizo com essas mulheres que estiveram aqui e tiveram a coragem e determinação de trazerem esses fatos e denunciarem essas práticas do governo venezuelano”, declarou.  

De acordo com o tucano Vitor Lippi (SP), o que acontece na Venezuela mostra um total desrespeito aos direitos humanos e uma violência à democracia. “Essa audiência da comissão foi marcada pela emoção e indignação. É importante a solidariedade do Congresso”, defendeu. Segundo o parlamentar, não se pode deixar espaço para a violência causada por aqueles que desejam o poder a qualquer preço.

Comissão externa – Em 3 de março, o Plenário aprovou a criação de uma comissão externa de deputados para acompanhar como ocorreu a prisão do prefeito de Caracas pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Já moção de repúdio à atuação do governo da Venezuela por “quebra do princípio democrático, com ofensa às liberdades individuais e ao devido processo legal” foi aprovada pela Câmara em 22 de fevereiro. O documento cita, entre os fatos considerados violações do princípio democrático, a prisão de oposicionistas políticos, como Leopoldo López, o confisco de bens privados, a perseguição a jornalistas e a censura à imprensa.

(Reportagem: Thábata Manhiça/Fotos: George Gianni/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
7 maio, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *