Artigo: "E a colheita de juros de Dilma só aumenta", por Arthur Virgílio Bisneto


AVB_DEP_31.03“O PSDB planta inflação para colher juros altos”. Essa foi uma das pérolas de Dilma Rousseff na campanha eleitoral de 2014. Com afirmações dessa natureza, que objetivaram puramente enganar a população, Dilma garantiu seu segundo mandato na Presidência da República.

Não custa lembrar que, durante a campanha, a candidata havia prometido baixar o valor da conta de luz, reduzir os juros e os impostos, ampliar os investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Bem, nem é preciso dizer que se tratou de um pacote de inverdades que iludiu parte do eleitorado brasileiro, basta olharmos a situação do país atualmente. Um país que nem de perto se parece com aquele mundo encantado vendido pela presidente em 2014.

Como dito no início, a presidente esperneava em alto e bom tom que a taxa juros e a inflação elevadas eram coisas do PSDB. Pois bem, nada como o tempo para mostrar aos brasileiros que Dilma estava apenas tentando garantir a qualquer custo seu segundo mandato, mesmo que para isso fosse preciso mentir várias vezes em rede nacional para os 200 milhões de brasileiros.

Como 2014 era ano eleitoral, o governo foi se virando para lidar com o crescente aumento da inflação. De julho a novembro, por exemplo, a inflação acumulada em doze meses ultrapassava os 6,5% a.a., que é o teto estabelecido pelo regime de metas. Claro que para as mentes do governo não se poderia fazer o devido uso do aumento da taxa de juros para tentar controlar a inflação, afinal era ano eleitoral. Assim, a taxa de juros que em janeiro de 2014 foi de 10,5% a.a. chegou, às vésperas do pleito eleitoral, em 11% a.a., ou seja, um aumento de apenas 0,5 ponto percentual. Com esse malabarismo e mantendo inalterados os preços administrados pelo governo, tivemos ao final de ano uma inflação de 6,41%.

Pois bem, após a vitória de Dilma no segundo turno, tudo muda. As inverdades contadas na campanha eleitoral começaram a aparecer e continuam surgindo até agora. Nos dois últimos anúncios da taxa de juros feitos pelo Banco Central, ainda em 2014, pós-eleições, o que o governo fez foi aumentar os juros para 11,75% a.a. Vejam: Dilma aumentou os juros no final do ano mais do que durante os nove meses que antecederam as eleições!

E de lá para cá, o que temos notado, a cada anúncio feito pelo Banco Central, é uma taxa de juros mais elevada. Na última quarta-feira (29), por exemplo, a autoridade monetária divulgou a taxa de juros anual de 13,25%. Notem: depois do resultado do segundo turno das eleições, em 26 de outubro último, a presidente, que acusava o PSDB de ser o portador do aumento de juros, já aumentou os juros em 2,25 pontos percentuais. A taxa agora é a maior desde dezembro de 2008.

Como o aumento de juros tem justificativa no controle da inflação, a presidente vem dando tiro nos dois pés, pois a inflação não está nada controlada e os juros nas alturas. O mercado e o próprio governo não acreditam que a inflação de 2015 ficará abaixo dos 6,5% estabelecidos como teto da meta.

As atitudes de Dilma estão mostrando para a população que as palavras da presidente, nas últimas eleições, não passaram de inverdades para garantir um segundo mandato a todo custo. Qualquer brasileiro está sentindo, de alguma maneira, que foi enganado pela presidente. Hoje, temos evidências mais que suficientes para dizer que não é o PSDB que anda plantando inflação para colher juros. A presidente, por sinal, vem se mostrando bastante entendedora desse tipo de cultivo.

(*)  Arthur Virgílio Bisneto, deputado federal pelo PSDB-AM, vice-líder da Oposição e presidente estadual do PSDB no Amazonas. Foto: Alexssandro Loyola/ Câmara Federal

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1 maio, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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