Cenário catastrófico


A pedido de Marchezan, ministro da Fazenda será chamado para explicar conjuntura econômica

A Comissão de Trabalho e Administração Pública da Câmara aprovou nesta quarta-feira (15) requerimento de convite ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para prestar informações sobre a atual conjuntura político-econômica nacional. O pedido foi apresentado pelo deputado Nelson Marchezan Júnior (RS). O parlamentar lembra que, desde janeiro, o governo adotou um severo ajuste fiscal baseado na revisão de regras de benefícios trabalhistas e previdenciários, fim de repasses do Tesouro a bancos públicos, redução de crédito subsidiado, revisão de desonerações e aumento de impostos.

Marchezan justifica a realização de audiência com o titular da Fazenda tendo em vista que o ajuste fiscal pretende reordenar as contas públicas e fazer o setor público voltar a registrar superávit primário. Ao mesmo tempo, porém, o tucano avalia que há contradições entre o discurso oficial da presidente da República e os números da economia nacional. Enquanto Dilma atribui os problemas à crise internacional, o cenário atual mostra que é no Brasil que está o cerne do problema.

“O Brasil é um dos únicos países do mundo em que os juros estão em alta. De fato, a economia mundial passou por contingências nos anos de 2008 e 2009, mas há algum tempo a maioria dos países segue em franca recuperação”, justifica o tucano.

Marchezan ressalta que, em janeiro, a atividade econômica brasileira registrou, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, retração de 0,11% ante o mês anterior. A inflação, por sua vez, não se mantinha em um nível tão elevado por um período prolongado havia mais de uma década e deverá encerrar o ano próximo de 8%, o maior índice desde 2003, bem longe da meta pretendida, de 4,5%.

O tucano lembra ainda que, segundo a opinião de alguns economistas, a recessão já se instalou e pode ser a maior dos últimos 25 anos, representando um encolhimento de 2% no PIB. “Para fins de comparação, tamanha retração só foi vista no País durante a era Collor e, ao se repetir agora, afeta ainda mais a baixa popularidade do governo”, avalia. Na avaliação do tucano, o país vive o resultado de um desequilíbrio econômico, causado pela má gestão e pela falta de planejamento. Agora, resta ao ministro explicar essa conjuntura e mostrar as prioridades de sua pasta.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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15 abril, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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