Unasul privilegiada

A pedido de Macris, audiência pública com ministro das Relações Exteriores debaterá calote à OEA 

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle acatou nesta semana requerimento do deputado Vanderlei Macris (SP) que chama o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos sobre a recusa do governo federal em pagar, em 2014, a sua contribuição obrigatória à Organização dos Estados Americanos (OEA). Curiosamente no mesmo período foram transferidos R$16,2 milhões para a União das Nações Latino-Americanas (Unasul).  A audiência ocorrerá em conjunto com a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.  

“O Brasil é integrante da OEA e, para tanto, deve contribuir com o valor firmado em acordo para que as ações da organização se deem de forma adequada.  No entanto, causa imenso estranhamento a decisão de o governo da presidente Dilma Rousseff em não compensar sua participação na entidade que reúne as nações das Américas do Sul, Central e do Norte, e não apresentar justificativas plausíveis para o fato”, destacou.

De acordo com o parlamentar, acreditava-se que a questão tinha a ver com o contingenciamento do orçamento do MRE. Mas, na verdade, o governo deixou de lado o acordo com a OEA para beneficiar a Unasul, repassando o dobro do valor previsto no orçamento do país aprovado pelo Congresso. Macris alerta que o governo petista fez uma opção bolivariana em sua diplomacia. O país preferiu transferir as contribuições à Unasul, pois a entidade reúne as nações alinhadas à Venezuela.

A atitude levou o país a um esfriamento nas relações com os Estados Unidos, tendo em vista o alinhamento com a ditadura de Nicolás Maduro. Em sua justificativa, o deputado fez referência a uma reportagem da revista Veja. “Para governos que não gostam de críticas, a Unasul é o clube perfeito”, informa a reportagem. 

Já o deputado Eduardo Barbosa (MG) apresentou dois requerimentos de informação solicitando aos ministros da Fazenda o do MRE maiores explicações sobre a crise enfrentada pelo Itamaraty. 

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto: Alexssandro Loyola)