Dias tenebrosos
Tucanos relembram desastres promovidos por Dilma nos primeiros cem dias de mandato
O segundo mandato da presidente Dilma chegou aos seus cem primeiros dias com cara de governo velho, praticamente vencido por derrotas sucessivas, mentiras desmascaradas e crise em todas as áreas. O resultado não podia ser diferente: insatisfação popular na casa dos 80%. Deputados do PSDB traçaram um diagnóstico da situação caótica em que a petista conseguiu lançar o país e ressaltaram as incoerências da chefe do Executivo no período.
O líder tucano na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), resumiu bem esses pouco mais de três meses. Para ele, o segundo mandato completa 100 dias com cara de que já acabou, padecendo de múltiplas crises: econômica, com recessão, inflação alta e desemprego; moral, agravada com a descoberta do petrolão; e política, com base de apoio no Congresso esfacelada. “Na verdade, completam-se 100 dias em que o Brasil está sem presidente.”
O líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PE), afirma que nesse período foi definitivamente perdida a credibilidade de um grupo político em nome do poder. “Plantou-se a mentira e colheu-se a crise política, econômica e a desconfiança de todos”, avalia.Pelo menos é o que se vê quando observadas as conjunturas política e econômica nacional.
O vice-presidente Michel Temer teve que ser nomeado para tentar salvar o governo diante do esfacelamento da base no Congresso. O ministro da Fazenda manda mais que a própria presidente – e se não fosse assim, a coisa poderia ser ainda pior. “São 100 dias de muita enganação. Temos uma presidente que abdicou de suas prerrogativas. Quem manda na economia é o ministro da Fazenda, quem toca a política é o vice-presidente. Enfim, um desastre total. Se o Brasil fosse um avião, seria um avião comandado pelo copiloto”, critica Antonio Imbassahy (BA).
Os tucanos lembram que as promessas de campanha se esvaíram e deram lugar a um amplo pacote de maldades, que por um lado tenta consertar os erros do mandato anterior e por outro penaliza severamente os brasileiros. O termo “estelionato eleitoral” nunca esteve tão em voga no país. A inflação que a presidente prometeu controlar chegou ao maior índice de 20 anos, o tarifaço atingiu combustíveis e energia elétrica. Os impostos subiram, os direitos trabalhistas foram minados e os juros continuaram uma escalada que parece não ter fim.
O 1º vice-líder da Oposição, deputado Arthur Virgílio Bisneto (AM), ressalta que de todo o “ajuste fiscal” promovido nesse começo de mandato, apenas 14% se referem a esforços do governo. Os outros 86% saem diretamente do bolso do trabalhador com as inúmeras maldades promovidas por essa versão Dilma 2.0. O tucano avalia que a gestão da petista deveria, em vez de penalizar o povo, cortas incalculáveis gastos. Isso sem falar da corrupção. “Só o dinheiro do petrolão desviado da Petrobras poderia servir para concluir as tantas obras que estão inacabadas”, destaca o deputado.
Para Bisneto, o Brasil tem um governo que cambaleia. “Torço para que o país melhore, mas estamos preocupados com o ritmo. 8,3% de acúmulo de inflação nos últimos doze meses, sendo só neste mês 1,23%, a maior dos últimos 20 anos. Portanto, a situação é preocupante e temos que ajudar a população demonstrando os desvios e desmandos desse governo. São 100 dias de um governo catastrófico”, apontou.
Já o deputado Lobbe Neto (SP), representante do PSDB na Comissão de Educação,chama a atenção para o fracasso do mote principal da campanha e do próprio mandato da petista. O lema “pátria educadora”, ganhou o apelido de “deseducadora” nas redes sociais. O lema da presidente virou piada, ora por um ministro trapalhão que acabou demitido, ora por programas desvirtuados.
“A pátria educadora que ela prometeu foi só no discurso. Há dívidas com os alunos, não atende o FIES, não atende o Pronatec, nem o Prouni. O Brasil Sem Fronteiras está com problemas, houve até troca de ministro. E as outras áreas estão do mesmo jeito”, lembra Lobbe. O tucano ressalta que o insucesso do segundo mandato é consequência dos devaneios do primeiro. “Quem não planta nada não tem o que colher”, critica.
No documento elaborado pelo Instituto Teotônio Vilela e intitulado “Entre o purgatório e o inferno” é possível relembrar em detalhes os percalços desses primeiros 100 dias do segundo desgoverno de Dilma.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Wilson Dias/ABr/ Áudio: Hélio Ricardo)
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