Planos da pasta

Deputados questionam ministro do Esporte sobre expectativas para Olimpíadas de 2016

Em audiência pública com o ministro do Esporte, George Hilton, deputados do PSDB demonstraram preocupação com o setor e os planos da pasta para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. O deputado Silvio Torres (SP) foi um dos autores do pedido para a realização do debate na Comissão do Esporte.

Segundo o tucano, a maior preocupação é com o andamento das obras das Olimpíadas e com possíveis aumentos de gastos, pois há empresas responsáveis envolvidas na Operação Lava Jato. “Duas delas já pediram recuperação judicial”, lembrou. Em sua fala, Torres questionou quantas modalidades serão disputadas fora do Rio de Janeiro e como será dividido o resultado positivo do evento. O parlamentar cobrou do ministro a meta do número de medalhas que o Brasil pretende alcançar.

De acordo com o secretário-executivo da pasta, Ricardo Leyser, estima-se que o país fique nos 10 primeiros lugares, com média de 23 a 30 medalhas. Já nas modalidades paralímpicas, a meta é permanecer entre os cinco primeiros lugares. O secretário explicou que os objetivos são ousados. Em Londres, em 2012, o Brasil conquistou 17 medalhas. Somente a modalidade futebol acontecerá fora do Rio de Janeiro, em cidades como Brasília, Manaus e Salvador.

Silvio Torres manifestou preocupação com o andamento das obras das Olimpíadas e com possíveis aumentos de gastos.

O deputado Rogério Marinho (RN) cobrou do ministro ações capazes de democratizar a Lei de Incentivo ao Esporte. “Verificamos, durante a vigência da Lei, que mais de 80% dos recursos beneficiaram especificamente uma região do país, que foi a Sudeste”, apontou. Para o tucano, é preciso analisar ainda a possibilidade de que outros clubes possam ter o mesmo atendimento de forma mais democrática em relação aos recursos.

“Vou fazer um apelo de que seja um intermediário junto ao governo para que essa medida provisória possa ter um viés exequível tanto na modernização do futebol como na reestruturação das dívidas dos clubes”, pediu ao ministro. “Não podemos aceitar a intervenção impossível de ser colocado na realidade que foi que foi proposta na MP”, criticou. A MP apresentada pelo Planalto dá às entidades 240 meses para quitar os débitos com o governo desde que mantenham salários e direitos de imagem em dia.

De acordo com o ministro, estão sendo organizados seminários em todo o país para propagar e esclarecer pontos importantes sobre o incentivo ao esporte.

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Fotos: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)