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 Depoimento de tesoureiro do PT à CPI da Petrobras é marcado para o dia 9

imbassahy

Imbassahy comandou a reunião da CPI da Petrobras nesta terça-feira (31).

O 1º vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA), anunciou o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o próximo dia 9. A definição da data provocou desespero na bancada petista, que preferia realizar a oitiva somente depois da nova rodada de protestos contra o governo Dilma, marcada para o dia 12. O tucano rechaçou acusações de parlamentares do PT de que estaria politizando o colegiado. 

Tucanos desconfiam que ex-gerente da Petrobras escondeu informações em depoimento

O relator do colegiado, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), foi um dos que defenderam o adiamento ao sugerir o dia 14 para realização do depoimento. O petista disse que Imbassahy estaria mudando um cronograma previamente estabelecido com o presidente do colegiado, Hugo Motta (PMDB-PB), que está viajando.   “Não tem nenhuma mudança de cronograma”, respondeu o tucano.

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Vaccari é réu em ação penal que tramita na Justiça Federal de Curitiba sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. O tesoureiro teria intermediado para o PT doações oriundas de propina cobrada de contratos entre fornecedores e a Petrobras, conforme relatado por delatores na Operação Lava Jato, inclusive para a campanha presidencial. Tanto o tesoureiro quanto o partido negam as acusações e Vaccari segue no cargo.

A tentativa de partidarização em não permitir que o tesoureiro compareça o quanto antes à CPI parece partir dos próprios petistas. “Eu não partidarizei nada, de maneira alguma. Aqui temos que ter todo cuidado para fazer uma boa investigação. O que os brasileiros querem é isso, e que tudo seja feito a luz do dia, com a imprensa acompanhando”, alertou Imbassahy.

Na avaliação do deputado, a ideia de que o depoimento do tesoureiro antes das manifestações populares seria para causar algum tipo de impacto nos protestos não passa de especulação. “Principalmente porque a indignação do povo é muito grande e nós vimos isso nas manifestações de 15 de março, uma das mais fortes da história brasileira. Não acredito que a CPI possa introduzir qualquer elemento novo para essa manifestação”, ponderou.

O deputado Delegado Waldir (GO) acredita que os petistas estejam defendendo uma tese completamente equivocada. Segundo ele, se Vaccari realmente é inocente como alega seu partido, ele terá a grande oportunidade, com a oitiva no dia 9, de impedir que novos protestos ocorram contra o PT. “As manifestações nem acontecerão. Basta ele vir aqui e provar que é inocente e que não recebeu propina para o PT”, disse.

Contradições – Quanto ao depoimento de Glauco Legatti que aconteceu nesta terça-feira (31), Imbassahy disse que foi, no mínimo, esquisito. O ex-gerente responsável pela construção da refinaria Abreu e Lima negou acusações feitas por Shinko Nakandakari em delação premiada. Apesar de confirmar uma amizade de 12 anos com o delator, Glauco negou ter recebido dele R$ 400 mil em propina.

“Um dos dois está mentindo. A CPI vai ter a oportunidade de ouvir o Nakandakari e quem sabe até fazer uma acareação”, avaliou Imbassahy. O tucano disse ainda que é impossível acreditar que não houve superfaturamento na obra, como alegou Glauco. 

(Áudio: Hélio Ricardo)

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31 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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