CPI da Petrobras


“Dizer que não há prejuízos na Abreu e Lima é brincar com um país”, diz líder da Oposição

Arthur Bisneto conversa com deputado tucano Antonio Imbassahy, 1º vice-presidente da CPI da Petrobras.

Arthur Bisneto conversa com deputado tucano Antonio Imbassahy, 1º vice-presidente da CPI da Petrobras.

O líder em exercício da Oposição na Câmara, deputado Arthur Virgílio Bisneto (AM), reagiu ao depoimento de Glauco Legatti na CPI da Petrobras: “dizer que não há prejuízos na Abreu e Lima é brincar com um país”. Durante oitiva nesta terça-feira (31), o ex-gerente da estatal responsável pela construção da refinaria em Pernambuco disse que o preço do empreendimento foi justo, negou superfaturamento e desmentiu acusação feita pelo engenheiro Shinko Nakandakari de ter recebido propina do “petrolão”.

“É significativo para mim sua coragem de expor questões que podem lhe comprometer muito no futuro. Se esse não é o foro, em sua opinião, para dizer coisas que aqui não quer dizer, lá na frente com o juiz Sérgio Moro o senhor terá que fazer”, alertou o tucano. Para ele, o depoimento de Legatti foi uma perda de tempo, já que o convocado não colaborou com a comissão.

Bisneto lembrou que a Rnest, como também é chamada a refinaria do Nordeste, foi projetada para ser construída numa parceria com a Venezuela numa demonstração, à época, da forte relação do governo Lula com a ditadura chavista, que mais tarde abandonou o projeto.

“É lamentável que um projeto tão importante para a região Nordeste tenha caído na vala comum do superfaturamento. O valor passa fora de qualquer normalidade. O prejuízo já está na mesa e é impressionante como os grandes responsáveis conseguem fugir”, criticou, ao ressaltar que na “república do Lula”, ou “república do não sei”, ninguém nunca sabia de nada.

Contestando as colocações de Legatti, o parlamentar disse que a CPI precisa e quer saber o que realmente aconteceu para que quebrassem a Petrobras e qual a responsabilidade da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Bisneto lembrou que em depoimento à CPI, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco foi claro ao dizer que a corrupção foi institucionalizada no governo do PT dentro da Petrobras.  

Acareação necessária – O tucano, assim como outros parlamentares do PSDB, defendeu uma acareação entre Legatti e Nakandakari. “A acareação é necessária para sabermos quem está falando a verdade”, disse, ao ressaltar que o mentiroso em questão, se processado e condenado pela Justiça poderá ter sua pena multiplicada em quatro vezes.

No ano passado, a Petrobras apontou o ex-diretor Paulo Roberto Costa, outro delator da Operação Lava Jato, como responsável pelas mudanças nos projetos de construção da refinaria. Já o doleiro Alberto Youssef alegou que os contratos da Abreu e Lima renderam pagamentos de propinas a partidos políticos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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31 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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