Batendo cabeça

Arthur Bisneto cobra do Planalto manifestação clara sobre posições do ministro da Fazenda

O líder em exercício da Oposição, deputado Arthur Virgílio Bisneto (AM), afirmou que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) e o governo precisam ter um só discurso, já que todas as vezes em que ele se manifesta contrário a práticas de Dilma ou de sua gestão, o ministro acaba sendo “corrigido” pela presidente ou por assessores, como o ministro Aloízio Mercadante.

“Tem que haver uma manifestação clara do governo em relação ao seu principal ministro. O governo tem na palavra de Levy o seu grande fiador. Sem ele, a palavra do governo é nula”, avaliou, ao ressaltar que o país enfrenta uma recessão grave, com inflação acima de 8%, pibinho e juros acima de 13% ao ano, conforme a previsão do mercado.

O tucano defendeu ainda que o titular da Fazenda ajude a corrigir os erros do PT, que patrocinou uma desastrosa política econômica nos últimos anos. E diante das sucessivas críticas ao governo feitas por Levy, cabe à presidente escolher o melhor caminho a traçar, cobrou. 

Críticas nos EUA – O tucano lembrou que durante palestra ministrada por Levy a alunos de uma universidade de Chicago, semana passada, ele afirmou que a presidente geralmente tem boa vontade, mas nem sempre faz as coisas da “maneira mais fácil” e “efetiva”. “O ministro Levy se une aos 90% de brasileiros que desaprovam esse governo”, apontou ao se referir à pesquisa divulgada pela CNT/Sensus semana passada. “Apesar disse, é impressionante que o ministro, pessoa central da política econômica, não possa em hipótese alguma ser demitido”, disse ao citar outros momentos em que as declarações do ministro causaram fúria no Planalto.

Ao comentar o ajuste fiscal comandado por Levy, o parlamentar disse que o governo tem que tirar de cima da população uma responsabilidade que é sua. Isso porque, segundo levantamento do Estadão, 85% do ajuste fiscal sairão do bolso do brasileiro.  “Enquanto isso o número excessivo de ministérios e de cargos comissionados, o exagero nas obras a serem executadas no país, tudo onera o bolso do brasileiro. Ninguém aguenta mais a recessão batendo a porta e corroendo o dinheiro do povo”, criticou.

Durante discurso, o deputado disse que se a presidente quiser corrigir seu ministro, que o faça. Mas pediu: “ministro, corrija o PT e a economia. Aponte um caminho para o Brasil sair dessa crise, cumpra sua função, pois você é o único ministro que não pode ser demitido. Se isso acontecer, o governo atestará sua incompetência e seu desgoverno. A chefe tem que puxar para sai responsabilidade pela resolução dos problemas”, reforçou.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)