Advogado do diabo


“Mais de 30 anos de cadeia para proteger Lula e Dilma? Acho que não vale a pena”, diz líder a depoente

16862317031_7a6595199b_z

Líder defende proposta para alterar a legislação e tornar possível a proposição, por partes das comissões parlamentares de inquérito, dos acordos de delação.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), avaliou como errônea a decisão de Renato Duque de não fazer acordo de delação premiada com a Justiça. O ex-diretor de Serviços da Petrobras se recusou também a responder a maioria esmagadora dos questionamentos de parlamentares em oitiva realizada pelo colegiado nesta quinta-feira (19). Para o tucano, Duque está se prejudicando para proteger pessoas acima dele na engrenagem de corrupção que devastou a petroleira. “Mais de 30 anos de cadeia para proteger Lula e Dilma? Acho que não vale a pena”, destacou.

Araújo ressaltou que é um direito do depoente se calar, mas depois de todos os crimes cometidos, falar a verdade seria sua chance para que ainda pudesse usufruir de algum tempo com sua família, já que poderá pegar uma condenação de muitos anos de prisão. “Ele tinha a chance de desvendar em sua plenitude esse esquema que é o maior já descoberto. Mas sabemos que se ele for fazer isso será para a Justiça, pois receberá algo em troca. Afinal, o Estado premia a quem delata. Mas a audiência na CPI valeu para lembramos a ele que poderá ter ainda esse tempo, caso aceite”, explicou.

Caso contrário, assim como o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), Araújo acredita que Renato Duque poderá ter o mesmo destino de Marcos Valério, operador do mensalão. Enquanto os figurões petistas responsáveis pelo esquema ficaram pouco tempo na cadeia, o publicitário foi condenado a 40 anos de prisão.

O tucano anunciou que irá, junto com sua assessoria jurídica, elaborar uma proposta para alterar a legislação e tornar possível a proposição, por partes das comissões parlamentares de inquérito, dos acordos de delação, sob a proteção da lei. Com isso, seria possível trocar as informações por benefícios atenuantes, como já é feito pela Justiça.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio Hélio Ricardo)

Compartilhe:
19 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *