Sangrar ou sair da crise, por José Aníbal
O governo Dilma que está aí acabou. Na testa, o carimbo de corrupção. Credibilidade zero. Repetição de obviedades, ninguém aguenta mais. Dilma e o PT cansaram o país e produziram, com esmero ensandecido pelo poder, o cenário da crise. O nós e eles da divisão petista é hoje o nós/petistas do isolamento e ocaso associado à corrupção, o engodo, a mentira e a incompetência. É o FORA PT das ruas. Não adianta imaginar que com alguma perfumaria e o passar dos dias este governo se recompõe. Tem que mudar. Os manifestantes na avenida Paulista arrematavam o “FORA DILMA” com o “ISTO É SÓ O COMEÇO”.
O tempo de Dilma é escasso. Sua base política faz inveja a um chuveiro – dos grandes. Imagina agora que vai começar a partilha dos cargos do segundo escalão. O balbuciante e patético ministro da Justiça fala em reforma política e legislação contra corrupção. Mais uma vez jogo de cena, ou é pra valer? A sociedade quer resultados. Tanto que encontrou um modo criativo de acompanhar a conversa vazia de quem está desnorteado: panelaço como pano de fundo!
A apuração rigorosa da corrupção endêmica do petismo é clamor das ruas. A punição dos responsáveis, inclusive dos que sabiam e nada fizeram, é desafio para a oposição comprometida com o “Muda Brasil”. Outro grande e urgente desafio para a oposição é ampliar a interlocução com os movimentos “FORA DILMA” e construir convergências em uma agenda que nos aproxime ainda mais dos anseios da sociedade. Não somos governo mas devemos dizer o que pensamos que pode ser feito para mudar a ruína que é o governo Dilma.
Desde logo é possível e urgente um corte linear de 10% do custo da máquina gorda e corrupta montada pelo lulo-petismo no governo e nas empresas. Também a extinção de uma dúzia, pelo menos, dos Ministérios e corte de 30% dos cargos de confiança. Pente fino sobre todas as empresas estatais, adotando medidas necessárias para que elas recuperem gestão transparente, sem aparelhamento e de resultados.
O ajuste promovido por Dilma/Levy é praticamente feito sobre o lombo de todos os brasileiros. É o ajuste da traição do lulo/Dilma/petismo. Como exemplo, a conta de luz: estão extorquindo de todas as famílias do Brasil, em média, mil reais a mais na conta deste ano para cobrir o desastre promovido por Dilma no setor elétrico. O Congresso pode anular todas as consequências da MP 579 do setor elétrico e propor uma recomposição de preços no setor que não onere tão brutalmente a conta dos brasileiros num ano de recessão.
A elevação violenta da taxa de juros aumenta a dívida pública, não está segurando a inflação, e impõe mais expropriação da renda dos trabalhadores pela carestia.
Os milhões que foram às ruas querem mudanças já. O que foi feito até aqui por Dilma 2 é apenas a rendição a uma agenda de sobrevivência e covardia contra a população. Assustada, Dilma diz que vai ter humildade para ouvir as ruas. Falam em mudar o Ministério.
Tem que refazer o governo, assumir os sucessivos desastres da gestão petista, mudar a agenda do ajuste com recessão e criar horizonte de desenvolvimento. Do contrário, Dilma vai sangrar. Até quando e a que custo?
(*) José Aníbal é senador suplente pelo PSDB-SP. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB. Artigo publicado no Blog do Noblat. (Foto: Alexssandro Loyola)
A análise é perfeita.