Direto da tribuna


Samuel Moreira exige trabalho firme no combate à corrupção e faz duras críticas ao governo Dilma

Em discurso durante o Grande Expediente no plenário da Câmara nesta terça-feira (17), o deputado Samuel Moreira (SP) exigiu mais firmeza contra corrupção e criticou duramente a falta de liderança e a má gestão do governo Dilma. O parlamentar fez um retrato da situação precária da economia brasileira, que gera a insatisfação e a indignação do povo. Reforçou a necessidade de respostas concretas para população, que exige mudanças. Além disso, o parlamentar falou sobre a importância da reforma política e do pacto federativo para que o Brasil possa avançar.

“Não dá mais pro governo subestimar as manifestações. Achar que são coisa da elite. Hoje, tá todo mundo sofrendo no Brasil. Desde o cidadão que faz um churrasquinho pra vender numa cidade pequena, porque a carne aumentou de preço. Passando pelo caminhoneiro e o taxista, porque o combustível subiu de preço. Até o empresário, que não tem oportunidade de investir e gerar emprego”, enumerou.

O deputado destacou ainda amplitude das manifestações que tomaram o Brasil no último domingo. Para ele, é preciso olhar atentamente para os motivos que levaram as pessoas às ruas. “A indignação do povo é muito forte. Fruto de um descontentamento dos brasileiros”, afirmou. Moreira credita grande parte deste sentimento à precariedade da economia brasileira, ao crescimento estagnado, à falta de investimentos em infraestrutura, pesquisa e serviços, à taxa de juros cada vez mais alta e à inflação descontrolada. “E a inflação é o que se tem de pior para o trabalhador, pois ele perde o poder aquisitivo, é como se o salário diminuísse. E o governo faz de conta que não é com ele.”

Samuel Moreira disse a população deixou clara também a sua indignação com a rede de corrupção que se formou dentro do governo e disse que para acabar com o problema é preciso governar de fato, com uma postura firme e escolhendo bem os dirigentes. “Não se pode fechar os olhos. A presidente precisa exercer sua liderança e mostrar um trabalho firme no combate à corrupção e de melhoria da gestão”, exigiu.

O tucano falou também sobre democracia. Afirmou que é preciso ter regras para viver coletivamente e lamentou que governo do PT não tenha apreço a elas.  “Quem tem apreço às regras não fala uma coisa na campanha e faz outra depois da eleição. Não mente. Não aparelha governo, nem tenta partidarizar sociedade civil.” E completou dizendo que o governo não pode continuar menosprezando as manifestações. “Quem governa tem que produzir resultados! E é preciso dar respostas a tudo que as pessoas questionaram nas ruas”.

Em seu pronunciamento, o parlamentar do PSDB tratou também dos serviços públicos, que são responsabilidade das prefeituras e dos governos estaduais enquanto mais de 60% da arrecadação fica com governo federal. “O cidadão precisa de remédio, transporte escolar, limpeza pública, iluminação e tudo fica nos municípios. O governo não presta serviços. E por que isso? Porque temos um governo centralizador, que quer ver prefeitos com chapéu na mão, em fila, para buscar recursos! É preciso ter recursos na ponta, descentralizando o dinheiro. Por isso o pacto federativo é tão importante”

Reforma Política – O deputado Samuel Moreira disse que governo Dilma fala em reforma política, mas que tem adiado há anos a discussão sobre o tema e destaca a criação da comissão especial da reforma política na Câmara dos Deputados. “Não é a política que deve ser relegada. O que deve mudar é a forma como é feita”. Para o parlamentar, a peça principal da reforma tem de ser o eleitor, com um sistema político que vá de encontro aos interesses da população. Entre as mudanças, destacou o voto distrital.

Citando o exemplo de São Paulo, disse que o fato de o eleitor ter de  escolher 70 deputados federais entre 1.319 candidatos encarece as campanhas e aumenta a distância entre população e representante. “Em Boituva, o candidato mais votado da cidade teve apenas 6% dos votos. Como as pessoas vão se sentir representadas por este deputado se 94% não votaram nele? É isso que causa essa falta de representação que ouvimos tanto o povo falar. O eleitor, desta forma, pode acompanhar de perto a vida parlamentar do seu representante, diminuindo a distância entre eleitor e eleito. Poderemos também diminuir os custos das campanhas e torná-las mais transparentes”, defendeu.

O parlamentar acredita que as coligações sem regras confundem o eleitor e que os partidos precisam seguir regras, ter votação expressiva e desempenho para ter direitos. “Ninguém é contra a criação de partidos. Mas tem que lançar chapa própria, sem coligar. O eleitor muitas vezes nem sabe em quem está votando! Os partidos não podem ser criados para serem instrumentos de negociação”, concluiu.

​(Da assessoria do deputado/Foto: Alexssandro Loyola)

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17 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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