Depoimento mantido
Justiça autoriza oitiva de Renato Duque para CPI da Petrobras na Polícia Federal
O juiz Sérgio Moro atendeu ao pedido feito pela CPI da Petrobras para que o colegiado realize oitiva com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. A solicitação havia sido encaminhada pelo presidente da comissão de inquérito, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), já que a prisão de Duque, ocorrida na segunda-feira (16), impossibilitou o depoimento marcado para esta quinta-feira (19) na Câmara. A data ficou mantida, mas o interrogatório acontecerá na sede da Polícia Federal, em Brasília.
O vice-presidente da comissão, deputado Antonio Imbassahy (BA), destacou a importância desse depoimento. O tucano lembrou o elo entre Duque e Pedro Barusco (ex-gerente de Serviços da Petrobras) com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e reforçou que Vaccari também precisa ser ouvido o quanto antes pela CPI.
“Tudo indica que dinheiro da propina teria sido direcionado para interesse da campanha da presidente Dilma. É um fato muito grave. Ele precisa vir aqui na CPI esclarecer a situação. Isso interessa até mesmo ao próprio PT”, avaliou.
Sobre a oitiva de Duque, o deputado Bruno Covas (SP) afirma ser indispensável para os trabalhos da CPI. “É mais uma peça importante porque, ao que tudo indica, ele era o grande operador do PT na Petrobras”, ressaltou o tucano, que é o sub-relator responsável por investigar irregularidades nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs).
Revogação de ato – Líderes partidários deverão solicitar à Mesa Diretora da Câmara, em reunião nesta quarta-feira (18), a revogação de um ato da Mesa que impede a oitiva de depoentes que estejam detidos. Com isso, os parlamentares querem viabilizar o depoimento de Renato Duque na Câmara, como acontece com os demais convocados. A princípio está mantida a decisão de ouvi-lo na sede da Polícia Federal.
Pauta extensa – O deputado destacou que a manutenção do cronograma previsto, com a oitiva de Duque já nesta quinta-feira, é importante diante da grande quantidade de requerimentos a serem votados e da extensa lista de nomes que os parlamentares da CPI querem ouvir no colegiado. Segundo ele, entre solicitação de documentos, oitivas, acareações e quebras de sigilo, a comissão já recebeu cerca de 450 requerimentos.
“Esperamos avançar na aprovação desses pedidos para trazermos pessoas que ainda não foram ouvidas em outros reuniões e até na últimas CPIs que ocorreram no Congresso com foco na Petrobras”, destacou.
Na próxima terça-feira (24), a CPI fará reunião para analisar os pedidos. Serão priorizados os requerimentos previamente selecionados pelos sub-relatores e vice-presidentes. Para a quinta-feira (26) está marcado o depoimento de Júlio Faerman, ex-representante comercial da SBM. Já na terça-feira (31) será a vez do gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu Lima, Glauco Legatti.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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