Figura central do petrolão


Com depoimento marcado na CPI da Petrobras, Renato Duque volta a ser preso

A Polícia Federal desencadeou nesta segunda-feira (16) mais uma fase da Operação Lava Jato, intitulada “Que país é esse”.  Cerca de 40 policiais federais foram às ruas para cumprir 18 mandados judiciais: dois de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Personagem chave no escândalo do petrolão, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque volta para a cadeia. O depoimento dele aos integrantes da CPI da Petrobras na Câmara está marcado para a próxima quinta-feira (16).  

Milhões de euros bloqueados – O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), enviou ofício ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) pedindo que Duque seja transferido para a Polícia Federal (PF) em Brasília. Um ato da Mesa da Câmara proíbe o depoimento de detentos nas dependências da Casa, mas os deputados podem ouvi-lo na PF.

O nome da operação da PF é uma alusão à frase que Duque teria dito a seu advogado em novembro passado, quando foi preso pela primeira vez. De acordo com as investigações do Ministério Público, o ex-diretor de Serviços teve envolvimento direto com o esquema de corrupção que atinge em cheio a maior estatal do país e abala o governo petista.   

“Nas palavras do próprio Ministério Público, trata-se da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais”, destaca trecho de requerimento assinado por deputados do PSDB à CPI pedindo a convocação de Duque para depor.

Indicado pelo mensaleiro José Dirceu, ele estaria movimentando grandes somas de dinheiro em suas contas bancárias no exterior. A nova prisão preventiva foi decretada para evitar novos crimes de lavagem em relação ao dinheiro secreto ainda não bloqueado. Vinte milhões de euros estão retidos apenas no principado de Mônaco.

Duque é suspeito de receber propina milionária de contratos superfaturados da Petrobras. De acordo com pelo menos quatro delatores, ele cobrava até 3% de comissão no valor dos contratos. Parte do dinheiro teria sido destinado para o PT. “Conforme o Ministério Público teriam sido captados, na gestão de Duque, cerca de R$ 650 milhões em propinas entre 2004 e 2012, nos governo de Lula e Dilma. Segundo Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, ele solicitou a SBM Offshore 300 mil dólares para a campanha de Dilma em 2010″, destacou o deputado Antonio Imbassahy (BA), 1º vice-presidente da CPI. 

Os presos pela PF são investigados pela prática dos seguintes crimes: associação criminosa, uso de documento falso, corrupção passiva e corrupção ativa, além de fraude em processo licitatório e lavagem de dinheiro. Eles serão trazidos para Curitiba (PR) e permanecerão custodiados na Superintendência da Polícia Federal a disposição da Justiça Federal de Curitiba.

(Da redação com informações da Polícia Federal/Foto: divulgação – Petrobras)

 

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16 março, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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