Petrolão


Tucanos rebatem Gabrielli e dizem que ex-presidente teve responsabilidade em irregularidades

Revoltados com as declarações de Sérgio Gabrielli na CPI da Petrobras, deputados do PSDB contestaram as colocações do ex-presidente da estatal quanto às irregularidades  e o responsabilizaram pelos desvios cometidos durante sua 16797685665_50a1311a97_cgestão. Na avaliação dos parlamentares, houve conivência ou omissão. Gabrielli prestou esclarecimentos no colegiado que investiga o esquema de corrupção na estatal nesta quinta-feira (12).

Durante um interrogatório que durou mais de seis horas, Gabrielli disse que era impossível detectar atos de corrupção dentro da empresa. De acordo com o petista, as negociações de propina eram feitas por “um ou outro” funcionário com representantes de construtoras, e não tinham relação com os “processos internos”. Ele disse ainda que não há corrupção sistêmica na estatal.

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O deputado Antonio Imbassahy (BA) rebateu dizendo que Gabrielli só podia estar falando de outra empresa. Segundo o tucano, o depoimento do ex-presidente serviu para deixar clara a ligação dele com o PT e mostrar que sua indicação para comandar a maior companhia do país sem as qualificações necessárias só se deu por causa dos mais de 30 anos de amizade com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Imbassahy ressaltou que ficou clara também a participação efetiva da presidente Dilma, enquanto presidente do conselho de administração da empresa, nas principais decisões de compra e venda de ativos, a exemplo da trágica compra da refinaria de Pasadena. Sobre essa negociação, Gabrielli alegou que a aquisição foi um “bom negócio”: “Ele só pode estar brincando ou agredindo a inteligência dos brasileiros. Ele não merece a menor consideração. Isso é cinismo e hipocrisia”, rebateu o tucano.

Após um desentendimento entre Imbassahy e Gabrielli, enquanto o tucano fazia questionamentos ao ex-presidente da Petrobras, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) esbravejou em direção ao petista: “o senhor deveria estar na cadeia”.

O deputado Izalci (DF) questionou se, como diretor financeiro e depois presidente da empresa, Gabrielli não tomou conhecimento do esquema de corrupção. Reforçando afirmativa feita anteriormente pelo líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), “ou Gabrielli foi conivente ou incompetente”.

Para o deputado Otavio Leite (RJ), é impressionante que uma empresa com a capacidade de investimentos da Petrobras possa ter chegado ao fundo do poço, com valor de mercado baixo e credibilidade zero. Mesmo diante das alegações de Gabrielli de que não havia corrupção sistêmica, o tucano disse que foi instalado um movimento mafioso debaixo dos olhos do presidente. “O senhor se considera ingênuo por não ter enxergado isso?”, completou o tucano.

 João Gualberto (BA) comparou parte do roubo aos cofres da Petrobras ao salário de um trabalhador brasileiro. Só o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco levou cerca de R$ 300 milhões, o equivalente ao trabalho de mil pessoas durante 35 anos. “E o senhor afirma que foi um roubo pequeno. Isso é de revoltar qualquer pessoa!”, exclamou.

Em referência ao número do PT, o deputado Delegado Waldir (GO) preparou 13 perguntas para Gabrielli. “A Petrobras tem diretores e conselheiros, mas ninguém conseguiu ver a corrupção endêmica?”, questionou. O ex-presidente respondeu que a corrupção era individualizada. “A visão ideológica atrasada, a incompetência e a corrupção fragilizaram a Petrobras. A corrupção não era uma questão tópica, era sistêmica”, completou Jutahy Junior (BA).

 (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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12 março, 2015 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Petrolão”

  1. rubens malta campos disse:

    Gabrielli é no mínimo omisso.Pau neles.

  2. rubens malta campos disse:

    De pleno acôrdo.

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