Mais atenção
Tucanos defendem investimentos e parceria com ministério na área de Ciência e Tecnologia
Durante Comissão Geral realizada no Plenário da Câmara com o ministro de Ciência e tecnologia, Aldo Rebelo, deputados do PSDB defenderam mais investimentos para a área e criticaram o governo federal pelos sucessivos cortes na área. Apesar de reconhecerem os esforços do ministro, os tucanos destacaram que há muito a se fazer para que o país possa dar um salto em inovação.
O novo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara (CCTI), deputado Fábio Sousa (GO), defendeu que o Congresso e o ministério definam, juntos, uma diretriz clara para o investimento no setor. O parlamentar defendeu que o país possa investir mais no setor de tecnologia e informação.
Fábio Sousa destacou que os países desenvolvidos geralmente investem mais de 2% do PIB na área, enquanto no Brasil o índice é de 1,24%. “Inovação tecnológica é o que leva hoje os países a se desenvolverem. No Brasil não vai ser diferente. Então, que o Congresso Nacional, juntamente com o Executivo, possa estar atento a medidas que precisam ser tomadas nesse sentido”, defendeu.
O presidente da CCTI aproveitou a oportunidade para alertar quanto à necessidade de investimento em combustíveis alternativos e chamou atenção ainda para o novo Código de Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo ele, a proposta, de autoria do líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PE), precisa ser aprovada com urgência. O texto já foi incluído na pauta do Plenário da Câmara.
Araújo, por sua vez, disse que a situação do país é preocupante, pois a maior empresa brasileira provedora de inovação tecnológica e de investimento em tecnologia “está sob achaque”. “Com sua perda de capacidade de investimento, a Petrobras perdeu a capacidade também de garantir orçamentos para inovação”, lamentou, ao lembrar que a outra importante propulsora da inovação no Brasil é a Embraer.
Ao levantar uma série de questionamentos, Araújo demonstrou que o setor está longe de ser priorizado ou ter a atenção devida por parte do governo federal. Conforme destacou, o governo precisa explicar como fazer ciência e tecnologia sem dinheiro, com a Petrobras sendo assaltada e tendo sua capacidade de investimentos diminuída. Ele citou ainda os problemas enfrentados por programas como o Pronatec e o Fies.
Presidente do colegiado em 2014, o deputado Ricardo Tripoli (SP) destacou que o orçamento de Ciência e Tecnologia é o 30º na ordem de valores, entre os ministérios do governo. Ele destacou ainda que esse orçamento vem sofrendo contingenciamento por parte do governo, da ordem de 20% a 30%. Segundo ele, com os investimentos apropriados, o setor poderia contribuir muito para o desenvolvimento do país, especialmente na área de biodiversidade.
Alfredo Kaefer (PR) reforçou dizendo que a modernidade não faz mais com que a riqueza seja desenvolvida apenas pela produção bruta e primária, mas também pelo conhecimento. O tucano reconheceu os esforços do ministro e afirmou que a pasta tem “grande importância nessa dinâmica e nessa modificação importante que o Brasil precisa”.
Integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, o deputado Pedro Vilela (AL) disse que o ministro pode esperar uma postura colaborativa do colegiado sob a presidência de Fábio Sousa. O tucano também reconheceu as habilidades do ministro. “Enxergamos na condução de vossa excelência um ponto fora da curva desse governo”, disse a Rabelo.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) disse que o grande desafio é abrir a discussão com as universidades, com os centros de pesquisa, com o setor empresarial e trabalhista e com os profissionais que trabalham em todo o país. “Há que haver uma congregação de interesses comuns, numa pauta comum nacional”, destacou.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)
Deixe uma resposta