Resultado da incompetência

 Repensar política energética é saída para retomar credibilidade do setor, dizem tucanos

Deputados do PSDB reforçaram os prejuízos causados pela incompetência da gestão Dilma durante comissão geral no Plenário da Câmara que discutiu as crises hídrica e energética. Na presença do ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, os tucanos enumeraram os erros cometidos pela petista no setor e cobraram melhorias na política energética do governo federal.

Todos os segmentos do sistema elétrico estão insatisfeitos, alega o deputado Antonio Imbassahy (BA): geradoras, distribuidoras e consumidores. Segundo o parlamentar, o modelo implantado pelo ex-presidente Lula sacrificou o planejamento e trouxe dificuldades para um setor que, à época, era bem organizado.

“O que é que a gente vê hoje? A mãe do PAC se escondeu, as obras de energia elétrica estão atrasadas ou com custos elevados, superfaturadas e até desconectadas: quando há energia, geração, não há transmissão, e há penalização. E quem paga tudo isso? Quem paga tudo isso é exatamente o consumidor final”, disse o tucano.

Dilma apareceu em cadeia nacional de rádio em televisão em 2012 para anunciar a redução das tarifas de energia. Em 2015, o cenário é oposto ao do faz-de-conta vendido pela petista: até dezembro, as tarifas residenciais subirão 65%. “Ela deve ficar realmente envergonhada, porque as pessoas não acreditam na Dilma, acham que ela mentiu para a população”, completou Imbassahy.

Dança da chuva – O sistema energético brasileiro precisa de credibilidade, acredita Rogério Marinho (RN). Nos últimos 12 anos, as hidroelétricas funcionaram “a fio d’água”, ou seja, dependendo do regime de chuvas. Só resta ao país “apelar para a pajelança”, frisou o tucano. Ele sugere a adoção de medidas anticrise, como térmicas de biomassa, por exemplo. “Para termos segurança energética é necessário repensar a política energética brasileira”, completou.

Só há uma pessoa culpada pelo caos elétrico: a presidente Dilma, destaca o deputado Luiz Carlos Hauly (PR). “Ela é culpada porque interveio no setor e quase o quebrou. Ela é culpada no passado, no presente e no futuro”, finalizou o tucano.

Redução drástica – O ministro das Minas e Energia afirmou que o setor elétrico brasileiro passa por um momento grave, mas que o risco de racionamento de energia é administrável. Segundo ele, o risco de racionamento de energia nas regiões Centro-Oeste e Sudeste hoje é de 6,1%.

De acordo com Braga, o nível de chuvas em janeiro de 2015 é o pior dos últimos tempos e, durante todo o ano de 2014, a média de chuvas foi muito ruim. Com isso, em 2014 houve uma redução drástica da reserva dos reservatórios de água. “Gostaríamos de ter mais chuvas”, disse. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou a criação de uma comissão especial destinada a estudar e debater os efeitos da crise hídrica no Brasil.

O Brasil detém 12% da água doce do planeta e abriga grandes bacias hidrográficas, como a do rio Amazonas (a maior do mundo), mas diversos estados têm enfrentado sérios problemas de abastecimento.

(Da Redação com informações da Agência Câmara/ Foto: Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados/Áudio: Hélio Ricardo)