Indo pra cima


Tucanos madrugam na Câmara e apresentam primeiros requerimentos na CPI da Petrobras

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Sampaio e Imbassahy não perderam tempo: antes das 6h30 já estavam na Câmara. Ambos foram ao setor responsável por receber os requerimentos.

O PSDB foi o primeiro partido a protocolar requerimentos na recém-instalada CPI da Petrobras, na manhã desta segunda-feira (2). Os documentos foram entregues pelo líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e pelo deputado Antonio Imbassahy (BA), que chegaram à Câmara antes das 6h30. Entre as 57 solicitações há convocações, quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal e compartilhamento de informações.

“Começamos bem a nossa luta contra os corruptos que assaltaram a Petrobras”, afirmou o líder. “Era importante para que os nossos requerimentos fossem os primeiros a serem votados. Só então serão apreciados os requerimentos do relator Luiz Sérgio (PT-RJ), do presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB –PB) e dos demais partidos”, explicou Sampaio. Entre os pedidos de convocação, estão os de João Vaccari, tesoureiro nacional do PT, e dos ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, e de José Dirceu, que também pode ter seus sigilos quebrados.

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De acordo com Sampaio, há um clima propício no colegiado para que os requerimentos do PSDB sejam aprovados. “Temos partidos da base aliada que nos ajudaram na instalação da CPI. Não teriam por que nos ajudar para instalar a CPI e tentar inviabilizar a investigação”, declarou.

Interesse para a sociedade – Titular do partido na CPI da Petrobras, Imbassahy afirmou que os 57 requerimentos são de “grande interesse para a sociedade” e reforçou a missão dos tucanos nas apurações. “O PSDB sempre procurou tratar esse assunto com muita responsabilidade e seriedade. Na CPI temos objetivos muito claros: reerguer e proteger a Petrobras, e, sobretudo, investigar e penalizar todos aqueles que causaram mal ao povo brasileiro”, declarou o tucano, que atua no colegiado ao lado dos deputados Bruno Covas (SP), Otavio Leite (RJ) e Izalci (DF) – este último na suplência.

 Sub-relatorias – Para garantir agilidade nas investigações, os tucanos sugeriram, por meio de um requerimento, a criação de três sub-relatorias. A de Sistematização, para cuidar da organização de todo o acervo probatório da comissão, possibilitando o adequado tratamento das provas colhidas durante a investigação. A Operacional conduziria, junto com o relator Luiz Sérgio, a investigação sobre a organização criminosa articulada na estatal. A terceira sub-relatoria trataria especificamente do núcleo político envolvido com a quadrilha.

“Propomos esse requerimento para dar uma diretriz ao presidente de quais são as sub-relatorias fundamentais para conseguirmos um resultado efetivo para essa CPI”, explicou Sampaio.

Os parlamentares do PSDB pediram, ainda, que membros do colegiado possam realizar uma visita técnica ao Departamento de Justiça norte-americano e à U.S. Securities and Exchange Commission (SEC). O objetivo é acompanhar as investigações a respeito das “supostas violações à Lei de Práticas Corruptas Estrangeiras e a atos de corrupção transnacional, a práticas não equitativas e a outros ilícitos e irregularidades relativas ao mercado de capitais praticados em detrimento dos acionistas da Petrobras”.

O PSDB foi o partido que encabeçou o requerimento de criação da comissão. O pedido foi protocolado no dia 3 de fevereiro com 182 assinaturas.  

Confira um resumo das proposições:

Compartilhamento de informações

 – Solicita ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),o compartilhamento do acervo da CPI Mista da Petrobras, aberta em 2014;

– Requer ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o compartilhamento de todos os inquéritos abertos em razão da Operação Lava Jato;

– Solicita ao juiz Sérgio Moro o compartilhamento do inquérito aberto em razão da Operação Lava-Jato e os demais inquéritos abertos em decorrência dos desdobramentos da Operação;

Convocações

1)      Luciano Coutinho –  integrante do Comitê de Auditoria da Petrobras;

2)      Antônio Carlos Pinto de Azeredo  –  ex-presidente da Transportadora Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste (Gasene);

3)      Miriam Belchior –  integrante do Comitê de Auditoria da Petrobras;

4)      Sérgio Franklin Quintella –  vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV) e integrante do Comitê de Auditoria da Petrobras;

5)      Wagner Pinheiro –  ex-presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros);

6)      Breno Altman – jornalista e militante do PT;

7)      Fernando de Castro Sá – ex-gerente jurídico da Petrobras;

8)      Francisco Roberto de Albuquerque – ex-integrante do Comitê de Auditoria da Petrobras;

9)      Geovanne de Moraes – ex-gerente de Comunicação da Diretoria de Abastecimento da Petrobras;

10)  José Carlos Bumlai – pecuarista muito próximo do lobista Fernando Baiano e do ex-presidente Lula;

11)  Mauro Cunha –  ex-integrante do Comitê de Auditoria da Petrobras;

12)  José Eduardo de Barros Dutra – exerceu diversos cargos na Petrobras. Entre eles, o de presidente, entre 2003 e 2005;

13)  Pedro Barusco – ex-gerente da área de Serviços da Petrobras. Está preso na sede da Polícia Federal no Paraná;

14)  Renato Duque – ex-diretor de Serviços da Petrobras;

15)  João Vaccari – tesoureiro nacional do PT;

16)  José Dirceu – ex-chefe da Casa Civil e condenado por comandar o mensalão;

17)  Fernando Antônio Falcão Soares (Fernando Baiano) – lobista acusado de ser um dos operadores do Petrolão;

18)  Paulo Roberto Costa – ex-diretor da área de Abastecimento da Petrobras. Cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro após acordo de delação premiada;

19)  José Carlos Cosenza – ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Substituiu Paulo Roberto Costa no cargo;

20) Maria das Graças Foster – ex-presidente da Petrobras;

21)  Sergio Gabrielli – ex-presidente da Petrobras;

22)  Nestor Cerveró – ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Está preso na sede da Polícia Federal no Paraná;

23)  Jorge Zelada – ex-diretor Internacional da Petrobras. Substituiu Nestor Cerveró no cargo;

24)  Alberto Youssef – doleiro acusado de ser um dos operadores do Petrolão. Está preso na sede da Polícia Federal no Paraná;

25)  Jorge Luz – lobista acusado de ser dos operadores da corrupção na Petrobras;

26)  Mário Góes – empresário acusado de intermediar pagamento de propinas entre empresas e a Petrobras. Está preso na sede da Polícia Federal no Paraná;

27)  Júlio Faerman – empresário acusado de intermediar pagamento de propinas entre empresas e a Petrobras;

28)  Shinko Nakandakari – empresário acusado de ser um dos operadores das falcatruas cometidas na estatal;

29)  Otávio Marques de Azevedo –  executivo da Andrade Gutierrez;

30)  João Gualberto Pereira, Gilson Pereira e Sérgio Maçaneiro –  executivos da Arxo Industrial;

31)  Eduardo Hermelino Leite, Dalton dos Sa
ntos Avancini e João Ricardo Auler – executivos da Camargo Corrêa;

32)  Gerson de Mello Almada – executivo da Engevix;

33)  Erton Medeiros Fonseca – executivo da Galvão Engenharia;

34)  Valdir Lima Carreiro – executivo da IESA;

35)  Sérgio Cunha Mendes – executivo da Mendes Júnior;

36)  José Ricardo Nogueira Breghirolli, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Aldemário Pinheiro Filho – executivos da OAS;

37)  Rogério Santos do Araújo – executivo da Odebrecht;

38)  Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide de Moraes Filho – executivos da Queiroz Galvão;

39)  Márcio Andrade Bonilho – executivo da Sanko Sider;

40)  Júlio Gerin de Almeida Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto – ambos executivos da Toyo Setal;

41)  Ricardo Pessoa – executivo da UTC.

Quebras de sigilos bancário, telefônico e fiscal (1º de janeiro de 2005 e 1º de janeiro de 2015)

1)     Pedro Barusco

2)     Renato Duque

3)     José Dirceu

Requisições

– Ao U.S. Department of Justice – Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América: cópias de processos e procedimentos de investigação relacionados ao pagamento de propina por indivíduo ou por companhia baseada naquele País para administrador ou funcionário da Petrobras, em troca da obtenção de privilégios comerciais.

– À Comissão de Valores Mobiliários (CVM): cópias de inquéritos administrativos e de outros processos relacionados à apuração de atos ilegais praticados em detrimento dos acionistas da Petrobras

– U.S. Securities and Exchange Commission (SEC): cópias de processos e procedimentos de investigação relacionados a atos de corrupção transnacional, a práticas não equitativas e a outros ilícitos e irregularidades relativas ao mercado de capitais praticados em detrimento dos acionistas da Petrobras.  

– Ao Serious Fraud Office (SFO) da Inglaterra: cópia do procedimento investigatório instaurado para apurar o pagamento de propinas pela companhia britânica Rolls-Royce a funcionários da Petrobras.

– Ao Openbaar Ministerie, o Ministério Público da Holanda: cópia do procedimento que culminou no acordo entre o órgão e a companhia SBM Offshore, que confessou ter pago propina a funcionários da Petrobras em troca da obtenção de contratos.

– Ao Tribunal de Contas da União (TCU): cópias de auditorias, tomadas de contas e outros processos relacionados ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ, às refinarias Henrique Lage – REVAP, Presidente Getúlio Vargas – REPAR e Premium I e II.

– À Controladoria-Geral da União (CGU): cópias de processos e procedimentos de investigação relacionados ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ, às refinarias Henrique Lage – REVAP, Presidente Getúlio Vargas – REPAR e Premium I e II.

– Ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: cópias de todas as análises e/ou relatórios produzidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI, em razão de movimentações financeiras havidas no exterior e relacionadas ao esquema de lavagem de dinheiro desbaratado pela Lava Jato.

– À Petrobras: relação de pagamentos efetivados entre 1º de janeiro de 2005 e 1º de janeiro de 2015, decorrentes de contratos e aditivos firmados com 21 empresas ou grupos empresariais. A maioria deles são investigados pela Operação Lava Jato;

(Reportagem: Luciana Bezerra/Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)

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TEXTO ATUALIZADO ÀS 15h

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2 março, 2015 Últimas notícias 3 Commentários »

3 respostas para “Indo pra cima”

  1. Lia Ficarelli disse:

    Excelente trabalho. Fundo nas investigações, provas concretas das falcatruas. Deus ajuda quem cedo madruga.

  2. rubens malta campos disse:

    Mil vezes parabéns.O PSDB precisa ser visto como o partido da oposição ao lulopetismo.A final,quase metade do eleitorado brasileiro votou em Aécio Neves.

  3. O que está errado é a Forma de Governo. Não há separação entre Estado e Governo. Quem vai punir o mau Governo? O Procurador da república anunciou que vai punir os corruptos da República. Ele é procurador da República ou do P.T? Querem macular o Parlamento para confundir os eleitores. Está difícil sair dessa enrascada petista, imagine, até a OAB está sob seu domínio… Há quem diz que se houver manifesto a favor do impeachment de Dilma, será lavado em sangue. FORA DILMA!, FORA T.T!!!

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