Autoritarismo sem fim

Líder repudia autoritarismo do governo da Venezuela e defende aprovação de moção de repúdio

O líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), apresentou em reunião de líderes Moção de repúdio (587/15) à atuação do Governo da República Bolivariana da Venezuela por quebra do princípio democrático, com ofensa às liberdades individuais e ao processo legal.

Para o tucano, o governo venezuelano tem abusado de práticas antidemocráticas e autoritárias. “A Venezuela vem perpetrando graves violações que merecem o repúdio de todas as nações verdadeiramente democráticas. É inaceitável que o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, tenha sido preso de forma tão arbitrária sob acusação de golpe de Estado, assim como Leopoldo López, um ano atrás. Também não podemos aceitar que haja o confisco de bens privados, a perseguição a jornalistas, a censura à imprensa e o governo do Brasil assista a tudo sem se manifestar”, ressaltou o líder.

Bruno Araújo disse ainda que é compromisso de todos os parlamentares o repúdio às agressões contra as liberdades individuais em qualquer lugar do mundo, mas avalia que é preciso, em especial, se posicionar quando essas ocorrências se dão em países vizinhos, à revelia de pactos internacionais em que o Brasil faz parte como, por exemplo, o Protocolo de Ushuaia.

A Moção recebeu o apoio de vários líderes e pode ser colocada em pauta na sessão plenária desta quarta-feira (25).

Silêncio inaceitável do Planalto –  No Senado, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG),  manifestou “enorme preocupação” com as decisões radicais do presidente Nicolás Maduro. “Assistimos a um contínuo processo de aprofundamento do autoritarismo e desrespeito às liberdades democráticas na Venezuela, país vizinho e parceiro do Mercosul”, alertou o tucano. De acordo com Aécio, confrontado pelo fracasso da política econômica chavista, por taxas de homicídios sem precedentes e pela perda crescente de apoio popular, o atual presidente apela para táticas autoritárias clássicas, encarcerando opositores, intimidando a população e criminalizando manifestações. “Tudo isto sob o olhar benevolente, para não dizer cúmplice, de seus parceiros do Mercosul”, reprovou.

Para o senador, a prisão do do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ultrapassou qualquer limite da normalidade democrática. Na opinião de Aécio, “a posição conivente e silenciosa do Brasil com tudo isso é inaceitável e vergonhosa”. Diante da omissão do Palácio do Planalto, o presidente do PSDB espera que o Congresso Nacional “possa se manifestar em solidariedade, não à oposição, a este ou à aquele partido, mas aquilo que a todos nós é mais caro, as liberdades democráticas.”

(Da assessoria da Liderança da Minoria, com alterações/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)