Estelionato eleitoral

 Investir na educação nunca foi prioridade para Dilma, alertam tucanos

Deputados do PSDB afirmaram nesta segunda-feira (23) que a educação deve ser a prioridade de qualquer governo. No entanto, a presidente Dilma contraria o próprio discurso de fazer dessa área a primordial em sua gestão. Nesta semana, reitores de universidades federais devem cobrar providências do Ministério da Educação diante da redução em 1/3 das verbas destinadas às instituições neste início de ano. Com o bloqueio de recursos, falta dinheiro para serviços terceirizados e programas para estudantes.

Como as universidades receberam 30% a menos do que estava previsto, há casos em que as contas de água, luz e telefone estão atrasadas, como em Campina Grande (PB). Várias instituições estão sem dinheiro para pagar os alunos bolsistas e as empresas que prestam serviços de limpeza. Isso tudo em um país onde a governante diz que a educação é a “prioridade das prioridades”.

A deputada Geovânia de Sá (SC) alerta que os universitários e a educação em geral estão sendo prejudicados. A parlamentar por Santa Catarina diz que o governo Dilma penaliza os estudantes em vez de cortar na própria carne, reduzindo custos da máquina pública. “O que está acontecendo é lamentável. A educação é a base de tudo e sempre será prioridade. É por onde você cria ou muda a cultura de um povo. Mas, a presidente está cortando exatamente onde disse que priorizaria”, aponta a tucana.

Geovânia afirma que, em uma nação séria, educação e saúde não sofrem contingenciamento. No Brasil real de Dilma, o Ministério da Educação recebeu uma tesourada de R$ 7 bilhões no orçamento, o maior corte entre todas as pastas da Esplanada. “Esperamos que o governo pare e repense essas medidas absurdas e busque alternativas como cortar ministérios e enxugar a máquina pública inflada por cargos comissionados”, destaca a parlamentar.

O deputado Pedro Vilela (AL) afirma que a presidente faz tudo diferente do que fala. Conforme lembrou, Dilma afirmou, no dia de sua posse, que iria comandar o Brasil priorizando a educação e ao mesmo tempo toma uma série de medidas que prejudica diretamente o setor. A mais clara delas, em sua avaliação, é o corte no orçamento.

O parlamentar lembra que o bloqueio de recursos para as universidades não é um caso isolado. Recentes mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, podem deixar alunos fora do ensino superior. Até mesmo o Pronatec, uma das principais bandeiras de Dilma enquanto candidata à reeleição, já sentiu os efeitos da tesourada do Planalto com 500 escolas privadas participantes do programa sem recursos do governo. A educação básica, por sua vez, apresenta desaceleração nos níveis de aprendizado.

“Está bem claro que a educação vai passar longe de ser a prioridade no governo Dilma”, alerta Vilela. O tucano afirma que as medidas tomadas pelo governo no intuito de tirar o Brasil do buraco só estão sendo necessárias porque a própria gestão do PT não tomou medidas que deveria tomar na condução da economia. “Agora quer empurrar tudo para a sociedade, quando deveriam começar dando o exemplo”, afirma.

 (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)