Companhia questionável


Imbassahy cobra de ministro explicações sobre participação de socialite em missões oficiais do BB

Imbassahy: gravidade das denúncias ganha maior repercussão e merece apuração detalhada de todos os fatos, em razão dos recursos públicos envolvidos.

Imbassahy: gravidade das denúncias ganha maior repercussão e merece apuração
detalhada de todos os fatos, em razão dos recursos públicos envolvidos.

O deputado Antonio Imbassahy (BA) apresentou requerimento de informações cobrando do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, esclarecimentos sobre a participação da empresária e socialite Val Marchiori em viagens de missões oficiais do Banco do Brasil. O pedido busca saber os motivos que fizeram com que o atual presidente da Petrobras e então presidente do BB decidisse levá-la. 

No documento, o tucano questiona qual a quantia desembolsada pela instituição financeira estatal em passagens e despesas com hospedagem para Marchiori. De acordo com o depoimento de um ex-vice-presidente da instituição ao Ministério Público Federal, Bendine deu carona para a socialite e mais dois amigos num jato a serviço do banco. A informação foi publicada pela edição desta segunda-feira (23) do jornal “Folha de S.Paulo”. Um ex- motorista do BB já havia revelado a mesma publicação que a buscou em diversos locais de São Paulo a pedido de Bendine.

De acordo com a Folha, Marchiori teria se hospedado no mesmo hotel de luxo usado pelo executivo em duas missões oficiais do Banco do Brasil: Alvear, em Buenos Aires, e Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.  Ex-dirigentes do BB disseram ao jornal que o banco pagou a estadia de Marchiori na capital carioca.

Empréstimo suspeito – O atual presidente da Petrobras também é investigado por conceder, contra as normas internas do banco, empréstimo de R$2,7 milhões à empresa de Val. A operação financeira foi feita por meio de uma linha de crédito subsidiada pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juros de 4% ao ano,  inferior à inflação. O Ministério Público abriu investigação para apurar se a amizade entre Bendine e Marchiori resultou em mau uso dos recursos do banco. Caso comprovado, o ato se caracterizará como crime de improbidade administrativa. 

“Frise-se que o referido empréstimo, segundo a ‘Folha’, foi concedido apesar de Marchiori ter restrições de crédito por não ter quitado dívida anterior. Além disso, o comprovante de renda apresentado teria sido a receita da pensão alimentícia dos dois filhos”, apontou o congressista.

Imbassahy destaca que “a gravidade das denúncias ganha maior repercussão e merece apuração detalhada de todos os fatos, em razão dos recursos públicos envolvidos”. Segundo o deputado, o que agrava ainda mais a situação é o fato de Bendine ter sido indicado pela presidente Dilma ao cargo de presidente da Petrobras. “A estatal já está imersa em escândalos de corrupção”, lembrou.

Aposentadoria gorda – O tucano também é autor do requerimento, também a Joaquim Levy, solicitando informações sobre o pagamento de R$ 62,4 mil, a título de aposentadoria, a Aldemir Bendine. O parlamentar questiona quem arcará com esses custos.

Enquanto o Governo Federal apertava o cerco contra os trabalhadores, na gestão de Bendine no BB, as regras para a aposentadoria foram alteradas para a concessão das aposentadorias cheias – na qual se somam aos vencimentos benefícios como férias e vale-alimentação. “Um dos beneficiários da nova regra foi o próprio Bendine”, lembrou o deputado.  

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto:  )

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23 fevereiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Companhia questionável”

  1. rubens malta campos disse:

    De pleno acôrdo.

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