Governo sem diálogo


Tucanos: mudança nos direitos trabalhistas defendida por Dilma não tem apoio nem de aliados

Além de penalizar injustamente os cidadãos brasileiros, a votação das Medidas Provisórias que mexem nos benefícios trabalhistas deve reforçar duas características do governo Dilma: a falta de liderança e a ausência de diálogo com a Mariana - Otavio - Betinhosociedade. Prestes a serem apreciadas pelo Congresso, as duas medidas que dificultam o acesso a benefícios previdenciários poderão ser boicotadas pelos próprios governistas, inclusive parlamentares petistas.

Deputados do PSDB acreditam que falta entendimento dentro do governo. Nesta semana, as duas MPs sofreram centenas de emendas que visam barrar ou atenuar o impacto do arrocho fiscal proposto pela presidente. Parlamentares tucanos apresentaram alterações aos textos para impedir a mudança abrupta nas regras e o prejuízo aos cidadãos. Mas foram os governistas os que mais fizeram proposições de ajustes.

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O deputado Betinho Gomes (PE) afirma que isso mostra que o Planalto tomou as medidas sem diálogo, ignorando trabalhadores e sindicatos. “Isso revela um governo sem interlocução com a sociedade, um governo que tem fragilidade, não conduz sua base e que enganou a população com propostas que não se confirmam. Por isso perderam a confiança da sociedade e, agora, a base e o próprio PT estão contestando essas iniciativas”, apontou.

Com as MPs o governo dificulta a vida do trabalhador na hora de ter acesso ao Abono Salarial, Auxílio Doença, Pensão por Morte e até ao Seguro Desemprego, que pela proposta só poderá ser solicitado pela primeira vez com carência de 18 meses de trabalho. O governo alega que tais medidas pretendem combater disparidades. Para Betinho, é outra grande enganação. 

“Estamos vivendo um momento de desemprego em alta. É necessário que haja proteção ao trabalhador e não punição. As medidas não combatem desvios nem sanam contradições. Isso é falso”, alerta. Betinho avalia que para proteger o trabalhador é preciso investir na fiscalização da prestação do serviço e não dificultar o acesso aos benefícios.

Ex-ministros petistas e caciques do partido na Câmara e no Senado estão entre os que apresentaram emendas para tentar manter os direitos que Dilma quer tirar dos trabalhadores. A onda de emendas dos governistas coincide com a divulgação de pesquisa Datafolha na qual a presidente aparece com índice recorde de rejeição: 44% dos entrevistados consideram seu governo péssimo ou ruim. Para a deputada Mariana Carvalho (RO), esse índice de rejeição já chegou ao Congresso.

“Isso é reflexo dessa queda de popularidade. Começam a perceber que não dá para caminhar nesse sentido e a observar que precisam estar do lado da população, pois se esses parlamentares aqui chegaram foi com o voto dos trabalhadores”, avalia a deputada. Para ela, há um temor entre os parlamentares de terem sua imagem denegrida como aconteceu com Dilma após o anúncio das medidas. A insatisfação dos congressistas que geralmente apoiam a presidente demonstra, de acordo com ela, o enfraquecimento do governo.

Na avaliação do deputado Otavio Leite (RJ), falta unidade entre os governistas.  “Há confusão no próprio PT e isso se deve às mentiras lançadas na eleição passada. Agora, o boicote já está explícito no partido da presidente”, aponta. Otavio ressalta que o país está abarrotado de dívidas e a máquina pública inchada.

Em vez de cortar na própria carne e reduzir os gastos dispendiosos, querem, segundo os tucanos, fazer com que as pessoas paguem mais tributos e diminuam seus benefícios. Os parlamentares do PSDB lembraram ainda que Dilma escondeu, na campanha eleitoral, que prejudicaria os cidadãos para poder fazer frente à crise fiscal criada por sua equipe.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo) 

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10 fevereiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Governo sem diálogo”

  1. Aos deputados do PSDB,os aposentados acreditam no bom censo de cada parlamentar da oposição e aproveitem o momento para derrubarem o veto da presidente contra a revisão dos aumentos salariais dos aposentados acima de um(1) minimo.A cada ano que passa nossos salários estão se aproximando do mínimo.
    Nazareno Manella

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