Contra o trabalhador


Para tucanos, Planalto deveria cortar gastos ao invés de prejudicar os mais pobres com tarifaço

Shéridan e Wherles:

Shéridan e Wherles: gestão petista deveria dar o exemplo e “cortar na carne”.

O governo Dilma empurra para o trabalhador mais humilde a conta a ser paga pelo desgoverno do seu mandato e do pacote de maldades do início do segundo. A alta nas tarifas de energia, escalada do preço dos combustíveis, elevação de impostos e corte em direitos trabalhistas atingem em cheio o bolso dos cidadãos mais pobres, para quem o PT sempre se vendeu como o grande defensor. Nesta segunda-feira (9) os deputados Shéridan (RR) e Wherles Rocha (AC) afirmaram que a petista deveria assumir sua responsabilidade e fazer primeiramente o dever de casa, cortando gastos desnecessários e evitando tantos prejuízos à sociedade. Vale ressaltar, por exemplo, que a gestão petista mantém 39 ministérios em funcionamento – um recorde. 

Os itens que têm sido reajustados compõem boa parte das despesas obrigatórias das classes mais baixas e, por isso, o tarifaço adotado vai ter maior impacto justamente na população de menor renda. Consultorias especializadas já alertam que o poder de compra e a sensação de bem estar da classe C vai diminuir. 

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Por causa principalmente do aumento da energia, do transporte público e também dos combustíveis, a renda disponível das famílias com renda menor – de até dez salários mínimos mensais – vai cair 2,4%.  A eletricidade responde por cerca de 3,5% do orçamento desse segmento e o transporte público consome perto de 7% dos salários. É muito mais do que entre os ricos (3% e 4,5% respectivamente).

Para Shéridan, o que Dilma conseguiu promover com sua má gestão vai muito além de um “tarifaço”. Segundo ela, a presidente “transcende isso, desrespeitando e agredindo o povo brasileiro”. “Este não é um governo para quem mais precisa, esse é um governo de conveniência. Isso infelizmente acarreta prejuízos na vida e no bolso de quem mais precisa”, critica a deputada.

País desmontado em 40 dias – A parlamentar afirmou que a petista conseguiu desestruturar o país em 40 dias de mandato devido à incongruência dos outros 12 anos de gestão petista, incluindo seu primeiro mandato.  “Infelizmente o povo está pagando o preço da má escolha e quem mais sofre são os que mais precisam”, lamentou Shéridan.

Em sua avaliação, antes de pensar em penalizar o trabalhador por seus erros, Dilma deveria fazer a lição de casa. “Quem quer reduzir as despesas diminui o ônus, corta na própria carne. A despesa precisa começar a ser contida dentro de casa. O governo federal deveria se privar de tantos gastos em excesso, de tantos ministérios e tantos cargos comissionados. Pois, assim poupariam a dignidade dos brasileiros”, destacou.

Wherles Rocha compartilha da mesma opinião. O tucano afirma que, além das medias para enxugar inchada máquina pública, o governo poderia optar ainda por soluções simples, mas que não afetem os mais pobres, como a taxação de grandes fortunas. “Em vez de o governo fazer o dever de casa e cortar a gordura, prefere mandar a conta para o trabalhador. Preferem transferir para as costas dos mais pobres o ônus de sua incompetência”.

Gasolina a R$ 7 – Rocha destaca que o Brasil está completamente na contramão. Enquanto o preço dos combustíveis cai em praticamente todas as nações devido à redução do valor do barril de petróleo, os brasileiros pagam a conta da incompetência e da corrupção. O deputado cita como exemplo o município de Jordão, no interior do Acre. A cidade possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, a maioria de sua população depende de Bolsa Família, mas a gasolina por lá, que já é encontrada a R$ 6, poderá chegar agora a R$ 7.

“Quem vai pagar a conta são essas pessoas mais pobres. Quem mora nesses municípios são os que mais precisam do combustível, pois estão em cidades isoladas, dentro da mata. Essas pessoas é que pagam pela incompetência de 12 anos de gestão do PT. Eles precisam do combustível para sobreviver e vão pagar a gasolina mais cara do mundo”, alertou.

Essa escalada de preços e tarifas pode ter tido agora o seu ápice, mas começaram a um bom tempo. Pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel em 4,2 mil domicílios mostra que, entre 2009 e 2013, as despesas com serviços públicos (energia, água, gás encanado e de botijão, telefone fixo e taxas) cresceram 23%. Os serviços públicos comprometem 6% da renda do brasileiro.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola / Áudio: Hélio Ricardo)

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9 fevereiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Contra o trabalhador”

  1. rubens malta campos disse:

    Concordo com a análise.Seria bom rever o que Picketty e os críticos dele falam a respeito de taxar as grandes fortunas.

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