Estelionato eleitoral cobra seu preço


Para deputados, estelionato eleitoral promovido por Dilma explica queda brusca de popularidade

O esfacelamento do governo e da imagem da presidente Dilma Rousseff, conforme revelado pela pesquisa Datafolha divulgada no sábado (7), é só o começo de uma alta fatura que a administração petista terá a saldar com a população, alertaram os tucanos durante o fim de semana e nesta segunda-feira (9).

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Em nota divulgada no domingo (8), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), apontou, pelo menos, três fatores que contribuíram para a queda acentuada da popularidade de Dilma – 44% dos entrevistados a consideram ruim/péssima ante os 24% do levantamento anterior, de dezembro. Para ele, a sociedade já constata que foi vítima de uma série de mentiras divulgadas na corrida eleitoral e que a presidente “não tem capacidade nem competência para fazer o que o país precisa para crescer, como o controle da inflação e o aumento dos investimentos”.

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Dilma se dedica a descumprir promessas feitas na campanha e contraria população

 Além disso, destacou o parlamentar, o Petrolão jogou por terra a imagem de boa gestora construída pela propaganda. “É difícil acreditar que a presidente, que, ao longo de 12 anos, sempre teve acesso a informações privilegiadas da Petrobras pelos cargos e funções que ocupou, não tinha conhecimento de que algo errado ocorria na companhia”, afirmou. “Isso despertou ainda mais a desconfiança dos brasileiros em relação à presidente e a pesquisa retrata esse sentimento”, acrescentou.

 Por meio do Facebook, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que a “presidente colhe os resultados das mentiras sucessivas que lançou ao país e que conduziram a sua campanha eleitoral”. “O Brasil Real aflora a cada dia e não há marketing ou propaganda capaz de esconder a grave realidade enfrentada pelos brasileiros”, completou.

 Pega na mentira – Contrariados com o festival de promessas feitas durante a corrida presidencial e com a dura realidade – marcada por reajustes e crise no setor elétrico –, os entrevistados deram a primeira nota vermelha para a petista após quatro anos no governo e a campanha vitoriosa que lhe garantiu a reeleição.

 E não para por aí. Seis de cada dez consideram que Dilma mentiu na campanha. Para 46%, a petista falou mais mentiras que verdades. Para 14%, só mentiras.

 10968462_438425829644699_1559383517951945668_nA pesquisa também mostrou que não cola mais a tentativa da presidente de se desvencilhar do esquema de corrupção arquitetado nas dependências da Petrobras. Para 77%, ela tinha conhecimento das falcatruas na companhia. De acordo com 52%, a petista “sabia e deixou que a corrupção ocorresse” na estatal.

 A combinação desses dois fatores levou 47% dos entrevistados a considerarem a presidente desonesta, além de falsa (54%) e indecisa (50%).

 O mesmo pessimismo contamina as expectativas da população sobre emprego, renda e inflação. De acordo com o levantamento, mais da metade (55%) dos brasileiros acha que a situação econômica do país vai piorar nos próximos meses. Oito em cada 10 esperam aumento da inflação daqui para frente. Para 62%, o desemprego subirá. Entre os entrevistados, o percentual dos que acham que sua própria situação econômica vai piorar mais do que dobrou entre dezembro e janeiro, alcançando 26%.

 Segundo o primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), a situação do país é comparável a de uma embarcação à deriva no oceano. Dilma, afirmou o tucano, é o comandante que insiste em mentir sobre as péssimas condições do barco e de navegação. “Ela não tem capacidade moral e ética para reverter o quadro. Isso que é o pior”, disse o parlamentar, que prosseguiu: “Se dependesse de um gesto que ela pudesse fazer, mas nem isso. Basta ver a sucessão na Petrobras”.

 Até nos redutos? – Dilma não escapa nem entre aqueles que impulsionaram a sua reeleição. Somente 27% dos que ganham até dois salários mínimos consideram seu governo ótimo ou bom. O resultado é 23 pontos percentuais inferior ao registrado na pesquisa de dezembro de 2014.

No Nordeste, a aprovação à gestão da petista caiu para 29%. O indicador ruim/péssimo, que não ultrapassava  21%, alcançou 36%. “Até aqui, onde o Bolsa Família e a presença do ex-presidente Lula e de Dilma são muito fortes, a população não acredita mais neste governo nem as perspectivas são boas”, observou o deputado Pedro Vilela (AL). “É evidente que a presidente Dilma faz um governo bem aquém do que a população espera.”

Na avaliação do deputado Antonio Imbassahy (BA), os números do Datafolha retratam a indignação e a perda de confiança dos brasileiros no governo. “A popularidade de Dilma vai cair ainda mais”, disse o parlamentar, que criticou a conduta da chefe do Poder Executivo. “Uma presidente medíocre, uma gerente reprovada, confusa na arte da boa política e marcada pela técnica de exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas.” 

Da tribuna do Plenário da Câmara, o deputado Daniel Coelho (PE) declarou que a indignação e o arrependimento começam a tomar conta daqueles que votaram em Dilma para a Presidência da República. “O Brasil está escandalizado com os casos de corrupção e com a maneira como vêm sendo geridos os recursos públicos. Não podemos aceitar isso como algo corriqueiro e normal”, afirmou.

A população foi enganada por um governo que prometeu evitar medidas impopulares, comentou Caio Nárcio (MG) da tribuna. Ele sugere que Dilma volte à televisão para explicar suas atitudes. “Gostaria que ela pudesse voltar para dizer: ‘Desculpem-me, mas estou aumentando agora a gasolina e o combustível que levam vocês ao trabalho, estou aumentando a energia que, antes das eleições, eu disse que não iria mais aumentar’”, disse.

arte 2Números mostram uma população indignada com os rumos do país

44%
dos entrevistados consideram o governo Dilma ruim/péssimo. Na última pesquisa divulgada no começo de dezembro, esse percentual era de 24%. Apenas 23% o avaliam como ótimo/bom.

52%
acreditam que Dilma sabia dos escândalos na Petrobras e deixou que a roubalheira ocorresse.

82%
avaliam que a corrupção descoberta prejudica a maior estatal do país.

47%
dos entrevistados considerarem Dilma desonesta, além de falsa (54%) e indecisa (50%).

2º lugar
É a posição da “corrupção” na lista dos principais problemas do país, ficando atrás apenas da saúde.

36%
Dos entrevistados morad
ores da região Nordeste consideram o governo petista ruim ou péssimo, ante 29% dos que o avaliam como ótimo/bom. No Centro-Oeste, a reprovação salta para 51%.

8
em cada dez brasileiros esperam elevação da inflação. De acordo com a última edição do Boletim Focus, o mercado estima que a alta de preços chegue a 7,15% em 2015 – o maior índice em 11 anos.

62%
esperam alta no desemprego, enquanto 55% acreditam em piora no cenário econômico do país.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações do jornal “Folha de S.Paulo”/ Áudio: Hélio Ricardo)

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9 fevereiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Estelionato eleitoral cobra seu preço”

  1. rubens malta campos disse:

    Há tempos venho descrevendo essa situação aqui.Daí estar insistindo para que a oposição se organize para pedir o impeachment da Dilma,a mentirosa.

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