Missão cumprida


Para deputados, Graça Foster atuou para evitar que escândalo chegasse ao Palácio do Planalto

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Foster e toda a diretoria caem em meio a maior crise da história da estatal – mais um legado maldito do PT para o Brasil.

A queda da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de mais cinco integrantes da diretoria executiva da estatal – anunciada na manhã desta quarta-feira (4) – demorou demais, avaliaram deputados do PSDB.

Como lembrou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), a oposição pedia desde outubro de 2014 o afastamento dos atuais titulares da petrolífera. Para o tucano, a chefe da principal estatal do país foi mantida no posto por uma razão nada republicana. “A presidente Graça Foster cumpriu uma missão: limpar a barra do governo. Ou seja, não contribuir com provas que pudessem levar à participação do governo e dos partidos aliados que foram denunciados na Operação Lava Jato: PP, PT e PMDB”, disse. “O que fica constatado é que a presidente Dilma usou a Graça Foster em benefício próprio, do governo, do PT e não em benefício da Petrobras”, completou.

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Na avaliação do deputado Izalci (DF), a executiva desempenhou o papel determinado pela presidente Dilma Rousseff ao evitar que os escândalos de corrupção que envolvem a petroleira não chegassem ao Palácio do Planalto. “Dificultou as investigações e tentou segurar o processo. Ela conseguiu, mas, agora, não tem mais como continuar na Petrobras”, afirmou. “Ela foi usada. Isso ficou claro e evidente”, completou.

Assim como os colegas de bancada, o Delegado Waldir (GO) também criticou a renúncia tardia de Foster. “Não entendo como o governo insiste em manter pessoas vinculadas a grandes golpes em postos estratégicos. Isso é vergonhoso.”

Da tribuna do Plenário da Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) apontou Dilma como a responsável pela destruição da Petrobras e lembrou que, em 2014, alertou diversas vezes o governo para a necessidade de mudanças na diretoria da empresa. “Dilma é a única culpada por esse desrespeito ao povo brasileiro”, declarou.

Para o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, a queda de Foster era inevitável. O tucano faz o alerta: “Certamente, a presidente Graça perdeu as condições de continuar à frente da empresa, mas isso não significa que os malfeitos serão anistiados. Ao contrário, vamos investigá-los ainda com maior profundidade.” Conforme destacou, a oposição está atuando para instalar a CPMI da Petrobras.

Crise na Abreu e Lima – A crise que desmantela a Petrobras e forçou a renúncia de Foster e de cinco diretores repercute também na obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, revelou o deputado Betinho Gomes (PE). De acordo com o tucano, a construção da segunda etapa do empreendimento foi interrompida. “Estamos acompanhando as demissões, a paralisação de uma obra importante, o prejuízo para a população pernambucana, sobretudo do litoral sul: Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Jaboatão – cidades beneficiadas pelo investimento”, afirmou o parlamentar no Plenário da Câmara.

Abreu e Lima ganhou notoriedade na grande imprensa pelos números grandiosos e por uma série de irregularidades, apontou o Tribunal de Contas da União (TCU) em 2014. Orçada inicialmente em US$ 2,4 bilhões, ela estava prestes a alcançar a cifra de US$ 18, 5 bilhões – quantia que a colocava como a obra mais cara em curso no Brasil.

Relatório de auditoria interna da Petrobras obtido pela “Folha de S.Paulo” em janeiro deste ano revela que a refinaria dará um prejuízo de US$ 3,2 bilhões à companhia. O rombo é consequência do aumento de investimentos para construí-la.

Na semana passada, a estatal informou ao mercado que não sairão do papel as refinarias Premium 1 e 2, no Maranhão e no Ceará. A decisão, no entanto, não a livrou de uma perda contábil de R$ 2,707 bilhões – gastos com projetos e obras de terraplanagem.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)

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4 fevereiro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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