Saco de maldades

Aumento da taxa de juros revela abismo entre discurso e ações de Dilma, avalia tucano

O Banco Central elevou a taxa básica de juros pela terceira vez após a eleição. Com isso, ficou ainda mais nítido o abismo entre o discurso da candidata Dilma no ano passado e as atitudes da presidente reeleita. “A prática é totalmente inversa ao discurso da campanha. Um verdadeiro estelionato eleitoral”, alertou o deputado Alfredo Kaefer (PR), nesta quinta-feira (22). A medida é mais uma entre tantas outras adotadas pela petista que atingem negativamente a vida dos brasileiros.

O novo aumento de 0,5 ponto percentual – que elevou a taxa Selic ao patamar mais alto dos últimos três anos e meio, 12,25% ao ano – expõe uma realidade outrora maquiada pelo marketing oficial. Está claro: a petista mentiu à nação. Mentiu ao apresentar um Brasil de economia vigorante e mentiu ao acusar seus opositores de planejarem aquilo que ela sabia ser necessário para concertar seus próprios disparates. Detalhe: a petista garantia que não tomaria tais decisões. “Ela fez tudo ao contrário do que dizia e tudo que dizia era apenas para ganhar a eleição”, aponta Kaefer.

O tucano lembra que, durante a campanha, Dilma foi para cima de Aécio e o acusava de, se eleito, adotar medidas impopulares. O então candidato do PSDB nunca escondeu que o país precisaria passar por ajustes para reverter as trapalhadas da gestão petista. O país já estava mal, a economia já patinava. Ou seja, Dilma é, de qualquer ângulo que se olhe, a grande culpada pelo arrocho que jurou não fazer. E mais do que isso, é ela também a responsável por mentiras deslavadas propagadas a todo tempo e que agora deram lugar ao silêncio.

A taxa Selic é utilizada nos empréstimos que o BC faz a instituições financeiras. Ela também serve de referência para a economia e para os juros cobrados de consumidores e empresas. Para Kaefer, subir ainda mais a Selic pode causar efeitos piores, já que ela funciona como “um realimentador do próprio processo e pode provocar um recuo no processo produtivo”. Na avaliação do tucano, não restam muitas alternativas ao Banco Central, pois o governo federal não trabalha na contenção dos gastos públicos. “Isso obriga o BC a puxar ainda mais o juros para segurar a demanda e a inflação”, explica.

“Ela quer resolver o problema colocando toda a conta no bolso do consumidor brasileiro”, critica. Na campanha eleitoral, Dilma disparou: “vocês (tucanos) sempre plantam inflação para colher juros”. No mesmo período, a petista soltou diversas outras pérolas nesse mesmo sentido, como: “um compromisso que assumo com você é que não vai haver tarifaço”. Como já diz o ditado, a mentira tem mesmo pernas curtas. 

O Instituto Teotônio Vilela (ITV) alertou hoje que a perversa combinação de inflação altíssima e crescimento baixíssimo foi a responsável por mais uma esticada na taxa básica de juros. O Instituto afirma que “o céu é o limite”, em referência à eliminação do termo “parcimônia” de seu comunicado posterior à reunião que decidiu pelo aumento. Segundo o ITV, a leitura de quem entende do assunto é de que os juros vão continuar subindo no Brasil. A dúvida é se só mais um pouquinho (0,25%) ou mais um tantão (há quem fale em mais um ponto ao longo dos próximos meses).

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)