Na conta do povo
Deputados prometem reagir a veto de Dilma sobre correção do Imposto de Renda
Deputados do PSDB condenaram o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda e prometeram se mobilizar no Congresso para derrubar a medida. Aprovada pelos parlamentares federais em dezembro, a correção isentaria de Imposto de Renda as pessoas que ganham até R$ 1.903,98 por mês. O teto de isenção é, atualmente, de R$ 1.787,77.
No Facebook, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que a petista mentiu ao prometer o reajuste durante um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, na véspera do Dia do Trabalho no ano passado. “Com isso, os contribuintes vão pagar mais impostos. Mais uma prova de que o Brasil tem uma presidente sem palavra. O que ela promete não para em pé”, arrematou o parlamentar.
Segundo o deputado João Campos (GO), o partido resistirá ao trator governista no Poder Legislativo. “O governo desorganiza a economia e as finanças e coloca a sociedade para pagar a conta. Nós, da oposição, vamos nos empenhar para derrubar esse veto e fazer justiça ao contribuinte”, assegurou.
Em nota distribuída ontem, o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), declarou que “o brasileiro tem sido a grande vítima da incompetência e das contradições do governo do PT”. “Os discursos e programas de TV do PT abusaram do terrorismo político, afirmando que a oposição promoveria arrocho, aumento de impostos e redução dos benefícios sociais. Não era verdade. O PT está fazendo o que falsamente disse que a oposição faria”, acrescentou.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), também reforçou o coro dos contrários às medidas amargas da gestão petista. “Ante a carga de impostos sofrida pelos brasileiros, qualquer aumento tributário é confisco. O que eles têm que fazer é enxugar a máquina administrativa, reduzir os gastos”, afirmou. Sobre o veto à correção da tabela do Imposto de Renda, o ministro disse que “não se avança culturalmente dessa forma, forçando a mão”. “Sem o reajuste, acaba tendo um plus na arrecadação, em detrimento do contribuinte”, completou.
Preparem os bolsos – A partir desta quinta-feira (22) começa a valer o aumento de 1,5% para 3% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos bancários para pessoas físicas – uma das quatro medidas anunciadas pelo governo no início desta semana.
De acordo com reportagem publicada nesta quarta pelo jornal “O Globo”, essas iniciativas, combinadas ao fim de subsídios no setor elétrico, devem fazer com que o país tenha o pior bimestre de inflação desde 2003. As previsões do mercado já chegam a 7,2%. Ou seja, 0,66 ponto percentual além do teto da meta definida pelo governo, que é de 6,5% ao ano.
(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações dos jornais “O Globo” e “O Estado de S.Paulo”/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
De pleno acôrdo.