Na prisão


 Ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró deve abrir o jogo após prisão, aposta Izalci

Integrante da CPI Mista da Petrobras encerrada na segunda quinzena de dezembro, o deputado Izalci (DF) disse nesta quarta-feira (14) que o ex-diretor da área Internacional da companhia Nestor Cerveró não resistirá ao período de 15310489904_456e2fe736_zprisão e deve em pouco tempo recorrer à delação premiada. “Deveriam ter prendido há mais tempo. A tendência, agora, é ele abrir o jogo e contar a verdade, assim como o Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), o doleiro Alberto Youssef e alguns empresários”, afirmou o tucano.

O executivo foi detido pela Polícia Federal na madrugada desta quarta, quando desembarcava de Londres no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. A Justiça Federal decretou a prisão preventiva  por recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que constatou “fortes indícios” de que o ex-diretor continuava a praticar atos ilícitos após ser declarado réu, em dezembro, em processos decorrentes da Operação Lava Jato. 

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A detenção de Cerveró, observou Izalci, coloca a Polícia Federal e a Justiça a poucos passos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. “Acho que eles tiveram papel fundamental no escândalo da Petrobras”, disse o parlamentar, que prevê muitos contratempos para a petista assim que começarem os trabalhos do Congresso deste ano e for instalada a nova CPI para dar continuidade às investigações sobre as irregularidades cometidas na estatal. “A situação vai complicar muito para a presidente Dilma. Ela terá muita dificuldade com tanto escândalo.”

Na berlinda – Diretor da área Internacional da Petrobras de 2003 a 2008, o engenheiro químico Nestor Cerveró ganhou notoriedade no começo de 2014, assim que Dilma emitiu nota à imprensa explicando as circunstâncias que levaram o Conselho de Administração da estatal a adquirir a refinaria de Pasadena (EUA), pela qual foi desembolsado, ao todo, US$ 1,249 bilhão.

Presidente da mais alta instância da companhia na época em que foi comprada a primeira parte da unidade ao custo de US$ 365 milhões, em fevereiro de 2006, a petista disse que foi favorável à negociação porque se baseou em um resumo “técnica e juridicamente falho”.

Autor do documento, Cerveró veio a público desmentir a versão oficial de Dilma, assim como o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. Ambos defenderam a operação como um “bom negócio”.

Em agosto, o ex-diretor voltou a integrar o grande elenco envolvido em falcatruas na companhia. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, ele e a presidente da petrolífera, Graça Foster, doaram imóveis a parentes após a divulgação do escândalo sobre Pasadena.

Pesam ainda sobre o ex-diretor suspeitas a respeito da aquisição de um apartamento de R$ 7,5 milhões localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ele morou nos últimos cinco anos na condição de inquilino. De acordo com matéria veiculada pela revista “Veja” em setembro, o imóvel foi comprado por uma empresa offshore no Uruguai – a Jolmey Sociedad Anonima – que tem um laranja como representante no Brasil, o advogado Marcelo Oliveira Mello. Ele já trabalhou na Petrobras com Cerveró e foi sócio do escritório de advocacia Tauil, Chequer& Mello, parceiro do Thompson & Knight, responsável pela defesa da companhia no processo sobre Pasadena.

(Da Redação/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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14 janeiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Na prisão”

  1. É incluível. Viaja pro exterior, esconde o dinheiro roubado, volta com uma micharia no bolso e pede delação premiada. absolvido sai pra gastar os trilhões! Isto é República Presidencialista. isto é Brasil!

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