Em meio ao caos


Dilma assume segundo mandato sob a desconfiança da população, afirmam tucanos

11435317544_d6e25565b6_zA presidente Dilma Rousseff assume daqui a poucas horas o segundo mandato sob a desconfiança dos tucanos e da população, que, até agora, não viram ganhar corpo e nome nenhuma das promessas feitas pela petista durante a campanha.  “Infelizmente, o segundo governo Dilma e o quarto do PT será um desastre sem precedentes na história política, administrativa, econômica e social do nosso país”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly (PR).

 O tucano atribuiu o pessimismo a, pelo menos, dois fatores: o pífio desempenho dos primeiros quatro anos do governo da petista e as escolhas duvidosas para os ministérios do segundo mandato. “Dilma não cumpriu suas promessas no primeiro governo, que foi ruim e muito abaixo da média. Talvez, um dos piores governos da história republicana”, disse o parlamentar. “O desgoverno, a incompetência e a corrupção predominam. Não tenho nenhuma esperança de que será um governo melhor. Gostaria e desejo que haja progresso, mas não vejo isso como algo possível”, acrescentou.

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 Cenário desolador – Da economia, despontam os números mais emblemáticos da anarquia na qual o país mergulhou. Ao permitir que a máquina pública gastasse além do que arrecada, não investir em infraestrutura e lançar políticas pontuais e irresponsáveis para estimular o consumo, Dilma permitiu o avanço da inflação, um dos maiores temores dos brasileiros. Em novembro, ela fechou em 0,51%, acima da taxa de 0,42% do mês anterior. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 6,56%, índice acima do teto estipulado pelo governo (6,5%).

 Obediente às determinação do Palácio do Planalto, o futuro ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, concluiu que o resultado “foi bom”, contrariando o pessimismo do mercado, dos investidores e dos consumidores, que apostam na continuidade da inflação alta e do baixo crescimento. De acordo com o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (29), mais de 100 instituições financeiras acreditam que a inflação estacione em 6,38% em 2014. Para o ano que vem, a estimativa é de 6,53%. Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, os economistas estimam alta de 0,14%. Caso seja confirmada, será a menor expansão desde 2009, quando o PIB teve retração de 0,33%. Para 2015, a estimativa de expansão da economia ficou em 0,55%.

 O déficit histórico da balança comercial é mais uma obra da administração petista. No mês passado, ela registrou o pior novembro em 20 anos: as importações passaram as exportações em US$ 2,35 bilhões. No onze primeiros meses de 2014, o déficit alcançou US$ 4,22 bilhões. Saldo muito pior que o registrado no mesmo período do ano passado (- US$ 268 milhões).

 Outra marca indelével da gestão Dilma é a degradação da Petrobras. De maior empresa do país e símbolo do orgulho dos brasileiros, virou palco de um dos maiores esquemas de corrupção da história, desbaratado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Indiferente à gravidade da crise que atinge a companhia, a presidente insiste em manter a atual diretoria e a expõe a um vexame internacional.

 Remédio amargo – A solução para esses e outros males criados pelo PT diverge muito do tom da campanha eleitoral de Dilma e de seus correligionários, que prometiam o avanço dos investimentos e o progresso sem comprometer o bolso e o bem-estar dos cidadãos. Caberá à petista disciplinar gastos, elevar o custo de serviços, acabar com as manobras fiscais e ser transparente com a nação, que até agora desconhece a dimensão do atoleiro no qual os petistas a afundaram. “É, praticamente, um estelionato eleitoral. Ela vem fazendo o contrário de tudo que ela disse durante as eleições”, observou o deputado Izalci (DF). Um exemplo da contradição de Dilma, citou o parlamentar, é a escolha do economista Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. “Veio do mercado e é muito ligado aos bancos, coisa que ela sempre criticou ”, disse.

Conhecido pela conduta austera e célebre em cortar custos, Levy tem se dedicado a escarafunchar a contabilidade do governo. Entre um susto e outro, ele descobriu que o setor elétrico sobrevive graças aos aportes contínuos do Tesouro Nacional. Levy ainda constatou o enfraquecimento da Caixa, usada pelo governo para distribuir crédito e, assim, manter os altos níveis de consumo da população.  

 (Da redação, com informações do portal “G1” e dos jornais “Valor Econômico” e “O Estado de S.Paulo”)

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31 dezembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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