Teimosia injustificável

Planalto precisa admitir erros e mudar urgentemente o comando da Petrobras, defende Izalci

Em discurso na última sessão da Câmara nesta legislatura, o deputado Izalci (DF) disse que governo petista mais uma vez não mostra humildade para assumir seus erros. Da tribuna, o tucano condenou a insistência de Dilma em manter Graça Foster à frente da Petrobras apesar do escândalo que corrupção que atinge a companhia em cheio.

De acordo com o parlamentar, é necessário que o governo reconheça urgentemente seus erros e faça as alterações necessárias. Para Izalci, a somatória de provas e depoimentos que constatam que a presidente e diretores da empresa tinham conhecimento de irregularidades torna reprovável a postura de Dilma de manter o comando da maior estatal do país inalterado. “Quem continuaria com sua empresa sendo dirigida por uma organização chamada de criminosa , pelo Ministério Público?” questionou o deputado da tribuna.

Segundo o tucano, o problema não se restringe à perda de valor das ações na Bolsa de Valores. O parlamentar afirma tratar-se de uma questão de crise de confiança e de credibilidade que atinge a estatal. Para Izalci, enquanto Graça Foster for a presidente, será quase impossível que as pessoas e os investidores acreditem na capacidade de restauração da Petrobras.

Empresa de fundo de quintal? – Bastante assíduo em plenário, o deputado destacou em seu discurso que, em virtude do recesso parlamentar, não será possível utilizar a tribuna para cobrar o afastamento da diretoria. Mas deixou clara sua indignação dizendo que a Petrobras está sendo tratada como se fosse empresa de “fundo de quintal”, de “propriedade particular” da petista. “Não podemos deixar que o orgulho nacional continue sangrando”, enfatizou o tucano.

O congressista afirma ainda que a roubalheira já está infiltrada em todos os órgãos do governo. Empresas que tocam obras do Programa de Aceleração do Crescimento são as mesmas envolvidas no petrolão, explicou o parlamentar.

Para Izaci, Lula e Dilma foram omissos por não averiguar, investigar e apurar as denúncias de irregularidades. O tucano citou a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, segundo quem o Planalto estava ciente dos desmandos na estatal. De acordo com o parlamentar, o Congresso deveria fazer pressão para que Marcos Valério, condenado pelo STF por ser o operador do mensalão, também fosse ouvido em função do que está acontecendo na Petrobras.  “Ele já tinha sinalizado coisas que agora foram comprovadas. Fica muito claro que essa questão não vem de agora, mas do mensalão”, analisou o tucano, que participou da recém-encerrada CPMI da Petrobras. 

(Reportagem: Thábata Manhiça/Foto: Alexssandro Loyola)