Novos rumos
Deputados sugerem à nova equipe econômica menos gastança e veto a mais impostos
Tucanos cobraram nesta terça-feira (16) de dois dos três integrantes da nova equipe econômica do governo de Dilma Rousseff – Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) – a contenção de gastos e que não haja aumento de tributos. Os novos ministros se reuniram com os parlamentares que integram a Comissão Mista de Orçamento (CMO), no Congresso.
“Deixamos muito claro que não dá para falar em aumento de imposto. Tem é que diminuir a despesa, que está muito alta”, disse o deputado Izalci (DF). Segundo ele, os congressistas exigiram ainda a presença regular do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, no Poder Legislativo.“Queremos que ele venha nos prazos definidos na Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou.
Também presente na reunião, o líder da Minoria, Domingos Sávio (MG), questionou Levy sobre o reajuste da tabela do Imposto de Renda de 2015, uma das promessas de Dilma Rousseff durante a campanha pela reeleição para a Presidência da República.
Os novos ministros, informou Izalci, não deram garantias de que atenderão às demandas, especialmente as relacionadas a novos tributos, mas demonstraram disposição para resgatar a credibilidade do país e conter os gastos. A sinalização da nova equipe, observou o tucano, contraria a conduta da presidente Dilma Rousseff, que, no começo de dezembro, editou a Medida Provisória 661, por meio da qual a União está autorizada a conceder crédito de até R$ 30 bilhões ao BNDES. “Temos que ver até que ponto eles terão liberdade para conduzir a economia”, disse o parlamentar do PSDB.
Petrolão – Os oposicionistas aproveitaram a presença de Levy e Barbosa para reivindicar, mais uma vez, a destituição da cúpula da Petrobras – acusada por uma funcionária de ter conhecimento de todas as irregularidades cometidas. “É preciso uma medida imediata de afastamento de todo mundo, inclusive, da presidente Graça Foster. Sem isso, não se cria o ambiente de credibilidade”, ponderou Izalci.
Na torcida – Na avaliação do deputado Duarte Nogueira (SP), os novos ministros ainda são comedidos ao tratar dos novos rumos da política econômica, pois ainda não tomaram posse, e torcem, de certa forma, para que até janeiro a economia tome naturalmente um pouco mais de fôlego. “Coisa que a gente percebe que não haverá, já que o crescimento é menor do que o previsto, a inflação é maior e há um receio de investimentos novos por uma série de inseguranças de natureza jurídica e ética, como é o caso da Petrobras”, destacou o tucano. “O capital vai aonde enxerga segurança. O papel dessa nova equipe econômica vai ser dar essa segurança que hoje inexiste”, acrescentou.
(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)
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