Expectativa


Oposição aguardará relatório oficial na CPMI da Petrobras, mas pode apresentar parecer paralelo

Lideranças oposicionistas esperam que parecer de deputado petista não tenha "cheiro de pizza" diante de tantos desmandos na Petrobras.

Lideranças oposicionistas esperam que parecer de deputado petista não tenha “cheiro de pizza” diante de tantos desmandos na Petrobras.

Em reunião nesta terça-feira (9), líderes da oposição decidiram aguardar a apresentação do relatório final da CPI Mista da Petrobras, prevista para amanhã, a partir das 14h30, para, então, definirem se apresentarão um documento paralelo. “Na medida em que o documento venha dentro das expectativas das oposições e da população brasileira, terá nosso integral apoio”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), logo após o encontro. “Se não detectarmos conclusões mais efetivas, apresentaremos um relatório em separado”, completou o parlamentar.

Caso discordem do conteúdo exposto pelo relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-SP), os oposicionistas terão até 17 de dezembro – dia em que deve ser votado o documento do petista – para apresentar um relatório paralelo. Caberá ao deputado Carlos Sampaio (SP), titular do PSDB no colegiado e com vasta experiência em comissões parlamentares de inquérito, elaborar o voto em separado.

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Diretoria sob suspeita  – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou nesta terça o coro dos tucanos ao defender o afastamento da atual diretoria da Petrobras. Ao participar da Conferência Internacional de Combate à Corrupção, ele criticou o aparelhamento da máquina estatal, apontou o combate à corrupção como prioridade e, diante do escândalo da companhia, pediu a demissão da cúpula da Petrobras e a reformulação da estatal, a maior do país.

Há semanas o líder Imbassahy tem cobrado, especialmente, a saída de Graça Foster da presidência da empresa. “Há muito tempo, a gente vem dizendo que a atual diretoria perdeu as condições técnicas e morais, além da confiabilidade interna e externa”, disse o deputado.

O parlamentar lembrou que Foster negou reiteradamente a existência de irregularidades na Petrobras. “Mentiu na CPI Mista ao dizer que não tinha nenhuma informação sobre o pagamento de propina feito pela SBM Offshore a funcionários da estatal”, destacou. “É péssimo para uma empresa do tamanho da Petrobras ter uma presidente na qual o subordinado não confia.”

Imbassahy disse ainda que a situação da empresa torna-se dramática diante da notícia de que um escritório de advocacia norte-americano entrou com uma ação coletiva contra a Petrobras por violar artigos da lei que regula o mercado de capitais dos EUA, emitir declarações falsas e não revelar a “cultura de corrupção dentro da companhia, com um esquema multimilionário de lavagem de dinheiro e suborno desde 2006”.

Obstrução da LDO 2015 – Na reunião, os líderes definiram ainda que vão obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015. Segundo eles, o governo tem mobilizado sua base para aprovar a LDO do próximo ano e não colocar sob apreciação o Orçamento. A manobra garantiria ao Palácio do Planalto administrar o país por meio de duodécimos – dispositivo previsto na LDO que permite à Administração Federal gastar 1/12 do orçamento do ano anterior. Com isso, a gestão de Dilma Rousseff poderia realizar despesas independentemente da aprovação do Orçamento.

 Os oposicionistas querem ainda convidar o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a apresentar aos congressistas as metas fiscais para o ano que vem. Além disso, informaram que tentarão colocar em votação, ainda hoje no plenário da Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo para que a execução obrigatória das emendas parlamentares entre em vigor já em 2015.

 (Reportagem: Luciana Bezerra, com informações da “Agência Estado”, do site de “Veja” e do jornal “O Globo”/ Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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9 dezembro, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Expectativa”

  1. rubens malta campos disse:

    Lembro que já existe uma ação judicial contra a Petrobrás no USA.Lá as coisas são diferentes.Lembro,para exemplificar,os casos da Enron e da Arthur Anderson,que não mais existem.

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