Aumento dos juros


Tucanos questionam presidente do BC sobre mudança de postura pós-eleições

Zeca Ribeiro - Câmara dos DeputadosDurante audiência pública realizada nesta terça-feira (9) com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, deputados do PSDB criticaram a política econômica do governo. Os tucanos questionaram a contradição da presidente Dilma, que durante a campanha eleitoral defendia redução dos juros e, após reeleita, permitiu a elevação da taxa Selic por duas vezes. Os parlamentares alertaram ainda para a dificuldade de se manter a inflação próxima ao centro da meta, de 4,5%, e voltaram a condenar a anistia ao descumprimento da meta fiscal pelo governo com o PLN 36/14.

O deputado Alfredo Kaefer (PR) disse que parece não haver diálogo entre os técnicos da área econômica do governo. Segundo ele, o controle da inflação deveria acontecer via controle fiscal, com contenção de gastos públicos.  Diante da falta de disciplina fiscal, o tucano lembra que o governo opta por controlar os preços mexendo na taxa básica de juros.

Play

Segundo o deputado, o governo deve ter combinado de não subir a Selic antes da eleição, pois do ponto de vista técnico todos sabiam que era necessário. Tombini negou que houvesse alguma combinação nesse sentido. O deputado Rodrigo de Castro (MG) também questionou a mudança de postura do governo após as eleições. Segundo ele, a preocupação parecia ser apenas com a candidatura da presidente Dilma e não havia compromisso algum com a realidade. Segundo ele, a condução da economia foi tomada por atitudes completamente desastradas e coroada com a mudança da LDO para anistiar a presidente Dilma depois de não conseguir cumprir a meta de superávit.

O 1º vice-líder tucano, deputado Vanderlei Macris (SP), disse ao ministro que são visíveis as divergências entre o Banco Central e o Tesouro. Na avaliação dele, as manobras fiscais provocam esse mal-estar dentro do próprio governo. O deputado destacou que a contabilidade criativa evocada pelo Planalto tem prejudicado as contas públicas. “Precisamos de ajuste e de colocar o pé no chão”, disse o tucano, ao destacar que a nova equipe econômica começa a pensar assim.

Macris cobrou de Tombini o compromisso quanto ao cumprimento da meta de 1,2% para o superávit primário de 2015, estabelecida pelo governo. “Esse superávit de agora é factível ou teremos mais uma lei como o PLN 36?”, questionou. O ministro, por sua vez, disse que a meta “é dura, mas possível de ser alcançada”. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Zeca Ribeiro – Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
9 dezembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *