Sessão conturbada


Após tumulto nas galerias, presidente do Congresso adia votação de Lei do Calote

A sessão do Congresso convocada para votar o PLN 36, que dá anistia fiscal à presidente Dilma, foi suspensa depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros, determinou que a polícia legislativa esvaziasse as galerias da Câmara, impedindo o povo de manifestar a sua insatisfação. As bancadas do PSDB na Câmara e no Senado defenderam a entrada e a permanência dos manifestantes nas galerias da Câmara na sessão desta terça-feira (2). Parlamentares da oposição subiram até as galerias para dialogar e impedir a retirada dos visitantes, mas logo em seguida começou um tumulto e a reunião foi suspensa. A sessão será retomada às 10h desta quarta-feira (3).

Confira o vídeo da confusão produzido por nossa reportagem 

A vergonhosa sessão é resultado do descaso da presidente Dilma, alerta o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). “Ela não cumpriu a lei orçamentária, torrou o dinheiro do contribuinte e quer de qualquer maneira uma anistia. É péssimo para a nossa democracia”, disse. O tucano anunciou que a oposição continuará resistindo às tentativas de votar a Lei do Calote.

Pauta trancada – A sessão do Congresso foi aberta para a votação de dois vetos que trancam a pauta e do projeto que acaba com a meta de superávit primário (PLN 36), a chamada Lei do Calote. A proposta do governo federal é “deplorável”, frisou Imbassahy. “Ela deseja suprir a deficiência da presidente e não cumprir a lei orçamentária”, completou. O Orçamento foi usado como instrumento eleitoral em um momento de preocupação com o equilíbrio fiscal, lamenta o líder da Minoria, Domingos Sávio (MG). “A oposição se preocupa com os gastos abusivos que saem pelo ralo da corrupção”, frisou.

A última tática da presidente Dilma para aprovar o projeto foi a chantagem: ela editou  decreto que condiciona a liberação de R$ 444,7 milhões em emendas parlamentares individuais à aprovação da matéria. O passo seguinte foi usar a direção do Congresso para impedir a participação popular, acredita o deputado Luiz Carlos Hauly (PR). “Uma vergonha! As galerias estão vazias, e o povo está sendo impedido de entrar na Casa do Povo. Se matéria fosse a favor do Governo, certamente as galerias estariam cheias. Aonde vamos parar com tanta arbitrariedade?”, questionou.

Desde o início da sessão, tucanos cobraram a entrada de populares. “Esta é a casa do povo. E o PT tem que aprender a conviver novamente com o povo nas galerias. A população brasileira acordou. A verdade é que existe um Brasil diferente, que hoje o PT e seus aliados ainda não perceberam”, declarou o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.

As galerias estavam vazias enquanto vários manifestantes eram impedidos de entrar. O 1º vice-líder tucano, Vanderlei Macris (SP), fez um apelo pela liberação dos visitantes. “Dezenas de pessoas vieram assistir e está havendo dificuldade de entrada no plenário. As galerias estão vazias e as pessoas lá fora querendo participar desta sessão”, reclamou.

O deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) ressaltou em plenário a necessidade de “tornar a sessão pública realmente pública”.

(Da redação/ Fotos: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)

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2 dezembro, 2014 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Sessão conturbada”

  1. rubens malta campos disse:

    É isso aí.Oposição ferrenha.Pressão neles.

  2. Essa PLN 36 – LEI DO CALOTE, é uma vergonha. Vamos continuar a divulgar isso para que, por pressão popular, não seja reapresentada no Congresso. Galerias lotadas pela Oposição como nas Manifestações de 2013 nas ruas!

    Creusa Camargo

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