"Revolução socialista"


Brasil precisa deixar claro que desaprova acordo entre Venezuela e MST, cobram deputados

Em audiência com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo, deputados do PSDB exigiram um posicionamento firme do governo brasileiro diante de acordo firmado entre o governo da Venezuela e o Movimento dos Sem Terra (MST) para fortalecer a “revolução socialista”. Os parlamentares da oposição afirmam que é preciso deixar claro ao regime ditatorial venezuelano que tal atitude feriu a democracia brasileira. Os tucanos criticaram ainda a declaração da presidente Dilma de que deve haver diálogo com grupos terroristas e levantaram dúvidas sobre como se dará a participação brasileira no estabelecimento do banco dos Brics. O debate ocorreu na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, presidida pelo PSDB. 

O líder da Minoria, deputado Domingos Sávio (MG), disse que se o governo Dilma não deixar claro que foi contra o acordo entre e o MST e um ministro venezuelano é porque expressa conivência com o tratado. O ministro para Comunas e Movimentos Sociais da Venezuela, Elias Jaua Milano, assinou um convênio com a entidade brasileira para, conforme ele mesmo definiu, “fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista”. Ele esteve no Brasil em outubro para fechar acordos nas áreas de formação e desenvolvimento da produtividade comunal. Os deputados temem que tal acordo vise a formação de uma milícia para atuar em solo brasileiro.

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Ministro das Relações Exteriores alegou que o Itamaraty desconhecia o acerto entre os sem-terra e o país vizinho.

Ministro das Relações Exteriores alegou que o Itamaraty desconhecia o acerto entre os sem-terra e o país vizinho.

ara Domingos Sávio, o ministro agiu de forma correta do ponto de vista diplomático, mas o governo brasileiro precisa demonstrar posição mais firme. “Não dá para ficar omisso em relação a isso. O MST insiste em ser um movimento sem personalidade jurídica. Isso significa que não assume responsabilidades. Agora assina acordo para fortalecer uma chamada revolução socialista. Se esse é o propósito isso é um crime, pois é o que prevê a Constituição em relação a quem tentar subverter ou atentar contra a ordem democrática. Nesse caso, há um atentado à soberania nacional”, alertou o tucano.

O que deve ser feito, na avaliação do líder, é uma manifestação direta do governo brasileiro à Venezuela.  “É uma vergonha para o Brasil não reagir a isso. O mínimo que se espera é que se manifestem diretamente à Venezuela dizendo que somos uma democracia e se quiserem discutir relações políticas que seja com o governo, e não com um movimento que sequer tem personalidade jurídica”, alertou ao rechaçar qualquer tentativa de defesa de ideologias políticas por meio da força.

O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) demonstrou preocupação sobre como o Brasil poderá ajudar a constituir um banco de desenvolvimento com os principais países emergentes se não tem tradição alguma de poupança.  O tucano destacou que haverá dificuldades para se destinar recursos para essa iniciativa devido ao péssimo momento da economia nacional. Domingos Sávio, por sua vez, disse que a instituição será importante, mas ressaltou que primeiro o Brasil precisa fazer a lição de casa, mas que na verdade está indo na contramão de tudo e de todos como demonstra ao tentar acabar com a meta de superávit.

Os tucanos também voltaram a criticar a defesa por diálogo feita por Dilma em relação aos ataques terroristas pelo grupo extremista Estado Islâmico. “A presidente foi infeliz ao dizer que não se deve usar a força contra terroristas. Trata-se de defesa. Não se pode é permitir que continuem degolando jornalistas e tentando se impor perante o mundo. Não tem que dialogar com eles, mas sim combatê-los”, alertou o líder da Minoria. Apesar da declaração da presidente dada após Assembleia Geral da ONU, Figueiredo negou que a petista defenda dialogo com terroristas.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Lucio Bernardo Junior – Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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19 novembro, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “"Revolução socialista"”

  1. rubens malta campos disse:

    Indago se não seria possível agir contra a pessoa física que assinou o acordo com os venezuelanos.O MPF não seria a instituição apropriada?.Afinal esse acordo ofende a soberania nacional ao incitar a solução dita socialista para 0 Brasil o que na prática se resume em férrea ditadura.

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