Crise se espalha


Setor elétrico pode sofrer novo baque com suspeita de corrupção na Eletrobras

O deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) alertou nesta terça-feira (18) para a possibilidade de piora do caos no setor elétrico após a suspeita de que o esquema de corrupção operado pelo doleiro Alberto Youssef possa ter atuado também na Eletrobras.  A Polícia Federal decidiu abrir investigação depois que documentos suspeitos foram encontrados.

“É lamentável que a Eletrobras seja mais uma vítima do PT”, diz Marchezan. O tucano avalia que a constatação de que houve corrupção na estatal poderá prejudicar ainda mais a área, que vive grave turbulência e enfrenta péssima situação financeira devido à má gestão.

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O governo não admite, mas há risco de racionamento de energia no país e a Eletrobras acumula perdas de R$ 1,8 bilhão até o terceiro trimestre desse ano. O que parece já ser o fundo do poço pode se tornar ainda pior: existe a possibilidade de a companhia não pagar dividendos aos acionistas este ano.

“Isso irá afugentar investidores, paralisar empresas e dificultar relações do setor privado em uma área que passa por situação caótica e trava o desenvolvimento do país. Estamos a caminho de uma catástrofe e o PT parece que vai conseguir nos levar a isso”, lamenta o tucano.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, a Polícia Federal encontrou uma planilha da Hidrelétrica de Jirau na mesa de João Procópio de Almeida Prado, que seria o principal elo entre Youssef e a empreiteira Camargo Correa, uma das sócias do consórcio que arrematou a concessão para construir a hidrelétrica no rio Madeira, em Rondônia, mas já vendeu a sua participação.

Em depoimento à Justiça, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa já havia indicado a participação das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato em obras de outros setores, inclusive o elétrico. Um levantamento da ONG Contas Abertas constatou que empreiteiras citadas no esquema investigado pela operação participam de dez projetos de geração de energia, entre os quais usinas hidrelétricas no Pará, Maranhão e Piauí. Os valores ainda não estão definidos. Agora, a descoberta da planilha da Hidrelétrica de Jirau vai servir de base a investigações da Polícia Federal sobre a atuação do chamado “clube” de empreiteiras no setor elétrico.

“Estamos assistindo à constatação de que o PT, além de dilapidar sua história, dilapida o patrimônio público em todas as suas instâncias e todas as empresas públicas por onde ele passa”, apontou Marchezan. Incompetência e corrupção, segundo ele, são marcas da gestão petista.  “É lamentável a mancha que está sendo deixada na história do partido, do Brasil, das empresas e da política brasileira. Essa é a maior herança que o partido deixará em sua passagem pelo governo federal”, avalia o tucano.

Para o deputado do PSDB, o prejuízo causado pela corrupção dos governos de Lula e Dilma, que têm Petrobras e Eletrobras como alguns exemplos de entidades atingidas, é incalculável.  No caso do setor elétrico, ele lembra que os erros sucessivos já tinham causado perdas e problemas sérios, como o endividamento das concessionárias e o aumento das tarifas repassadas aos consumidores para compensar uma jogada de marketing de Dilma feita em 2012.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo) 

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18 novembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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