Dilma que se cuide


Nova oposição mostra sua força após o apoio de 51 milhões de brasileiros a Aécio Neves

Aécio foi recebido com muita festa na tarde de terça-feira.  Presidente nacional do PSDB vai liderar dura oposição ao governo petista.

Aécio foi recebido com muita festa na tarde de terça-feira. Presidente nacional do PSDB vai liderar dura oposição ao governo petista.

Menos de duas semanas após o fim das eleições, o PSDB e aliados escreveram um capítulo inédito na história da democracia brasileira. Apoiados por mais de 51 milhões de votos confiados ao candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), recobraram as forças, reafirmaram seus compromissos com o Brasil e instituíram a mais emblemática e propositiva oposição a um governo petista.

O resultado desse movimento sobre a presidente Dilma Rousseff, o PT e os demais governistas foi resumido na quarta-feira (5) pelo líder tucano na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).“Venceram, mas quem está sendo aplaudido nas ruas é o Aécio Neves. É muito importante isso”, destacou o parlamentar em entrevista ao “Jornal da Globo”. Enquanto o presidente do PSDB é celebrado nas urnas, a petista começa a abrir seu “saco de maldades” pós-eleição – como aumento de juros, combustíveis e energia, e pouco aparece em público. 

Play

 Para o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), não há mais dúvidas de que a presidente “venceu as eleições perdendo o que lhe resta de ativo político e confiança da opinião pública”. “Contradizendo tudo que disse em debates e em seu programa eleitoral, subiu os juros e reconheceu que a inflação está em processo de descontrole”, completou.

 A efervescência da população será o combustível dos oposicionistas nos próximos quatro anos, avisou nesta quinta-feira (6) o deputado Duarte Nogueira (SP), que é presidente do diretório regional do PSDB em São Paulo.“Temos que dar intensidade a essa indignação crescente da sociedade, que, em minha opinião, vai aumentar agora”, afirmou. “Estamos diante de indicadores sociais declinantes, do não crescimento, do aumento da inflação, do desarranjo do setor produtivo por falta de uma política industrial e do total improviso de um governo que começa acabando.”

O tucano salientou que o PSDB e as legendas da oposição não reproduzirão o método petista do confronto, muito utilizado durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. “O PT adotou um modelo de oposição contra tudo e contra todos. Nós adotamos o melhor modelo de oposição. Vamos mostrar o pior e apresentar que existem alternativas para sair desse embaraço e desse engasgo onde este atual governo nos colocou.”

Para não esquecer – A voz e a vontade dos que exigem mudanças no país ecoam desde 27 de outubro e já produziram, pelo menos, quatro episódios simbólicos no Congresso. Na semana passada, o governo viu derrubado o decreto presidencial dos conselhos populares na Câmara. A situação deve se repetir no Senado, já avisaram, inclusive, partidários de Dilma Rousseff.

Na terça-feira (4), o Palácio do Planalto assistiu à volta de Aécio Neves ao Poder Legislativo. Cercado por correligionários, militantes e simpatizantes, o tucano retomou a atividade parlamentar no Senado mandando o seguinte recado aos petistas: “Quando o governo olhar para a oposição, eu sugiro que não contabilize mais o número de cadeiras ou de assuntos no Senado ou na Câmara. Olhe bem e vai encontrar mais de 51 milhões de brasileiros que vão estar vigilantes, cobrando atitudes deste governo”.

Menos de 24 horas depois da calorosa recepção, o senador demonstrou mais uma vez a força dos descontentes com os desmandos do governo. Comandou um ato do qual participaram deputados, senadores, prefeitos, governadores e representantes do PSDB e dos demais partidos da oposição, como PP, PPS, DEM, Solidariedade e PSC. “Vamos juntos fazer a mais vigorosa oposição que este país já assistiu, em benefício dos brasileiros, da democracia, da liberdade e dos valores da ética e da moral”, enfatizou.

Na tarde de quarta-feira, ocupou a tribuna do lotado plenário do Senado para lançar um desafio a petistas e governistas. Além de acusá-los de utilizarem mentiras e calúnias contra ele na disputa presidencial, afirmou que só haverá diálogo entre governo e oposição se as denúncias de corrupção na Petrobras forem apuradas, e os responsáveis, punidos. O incisivo discurso de Aécio foi seguido por uma série de elogios e palavras de apoio dos colegas de Casa.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Veja mais imagens em nossa galeria de fotos

Compartilhe:
6 novembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *