Tentam reescrever a história

Deputado critica estratégia petista para tentar apagar DNA tucano do Bolsa Família

Lei de 2004 comprova que o Bolsa Família surgiu a partir de outros programas sociais criados no governo FHC.

A estratégia adotada pela presidente Dilma Rousseff e pelo PT de apagar as digitais tucanas do Bolsa Família, principal programa social do governo federal, demonstra o total descompromisso dela e de seu partido com a ética, a moral e a verdade, criticou nesta quarta-feira (15) o deputado Nilson Leitão (MT).

“O que a presidente Dilma vem fazendo é uma vergonha para o país. É um mau exemplo para nossas crianças e para sociedade”, reprovou o parlamentar, reeleito no início deste mês com a maior votação em Mato Grosso. “Ela rasgou todos os valores que se aprende em casa: não mentir, não prometer o que não tem condições de cumprir, não roubar e não deixar roubar”, completou.

Segundo Leitão, a “roda não foi inventada” a partir da posse do presidente Lula na Presidência da República, em 2003. “O Brasil já existia e nele funcionava a Rede de Proteção Social. Eu era prefeito de Sinop, no meu estado, e nós tivemos essa rede”, disse o tucano, referindo-se à iniciativa criada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso que coordenava 12 diferentes programas sociais destinados a distribuir renda à população pobre. 

Ao contrário do que os petistas pensam, Brasil não começou com a posse de Lula em 2003, lembra Nilson Leitão.

Naquela época, os recursos eram sacados na rede bancária pelos beneficiários por meio do Cartão Cidadão. Entregue preferencialmente às mães, para fortalecer o papel das mulheres, amparou mais de 3,5 milhões famílias, conforme levantamento do governo do último trimestre de 2002.

 DNA TUCANO – Graças ao Cartão Cidadão, os tucanos consolidaram o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Centralizado na Caixa Econômica Federal, o banco de dados contava com a mais completa relação de informações sobre famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa em todo Brasil – condição determinante para serem atendidas pelos serviços sociais.

A partir dos dados obtidos e organizados pela gestão de Fernando Henrique Cardoso, os petistas puderam instituir o Bolsa Família, a união de todos os programas tocados pela administração do PSDB, após o Fome Zero naufragar. “O Fome Zero não deu em nada. É só entrevistar prefeitos e governadores daquela época. A própria imprensa sabe disso, e a legislação mostra de forma muito clara”, afirmou Leitão ao se referir à Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que criou o Bolsa Família.

 No documento, é clara e incontestável a afirmação de que o programa de transferência de renda é a unificação de procedimentos já existentes, como o Bolsa Alimentação, o Bolsa Escola e o Auxílio-Gás, a partir do Cadastro Único.

LULA AGRADECE A PERILLO – Outra prova cristalina de que Dilma e o PT omitem da sociedade a verdadeira história do Bolsa Família é a solenidade de lançamento da iniciativa, no Palácio do Planalto, em 2003. Na ocasião, da qual, inclusive, participou o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo mensalão que cumpre a pena no presídio da Papuda, no Distrito Federal, o presidente Lula agradeceu ao então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que sugeriu a unificação dos programas sociais.

De acordo com Leitão, não são dignos de respeito e credibilidade qualquer pessoa ou governo que renegam o passado ou tentam rasgar uma história. “Temos que ter muito cuidado com esse tipo de gente, que não mede limites para enganar as pessoas com a única intenção de se manter no poder”, alertou.

AÇÕES EFETIVAS – Entre as ações que integravam a Rede de Proteção Social estavam o Bolsa Alimentação, que beneficiava crianças com até seis anos, gestantes e mães no período de amamentação até seis meses pertencentes a famílias com até meio salário mínimo per capita. Já o Bolsa Escola beneficiou mais de oito milhões de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo que mantinham crianças de 7 a 15 anos na escola.

Outra ação voltada à população com menos de 15 anos foi o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que garantia bolsa às famílias de crianças e adolescentes envolvidos no trabalho precoce para compensar a renda que levavam para casa. O valor concedido variava conforme a localização de cada família. Com a iniciativa, mais de 800 mil meninas e meninos que trabalhavam como catadores de lixo ou boias-frias voltaram aos bancos escolares.

Confira abaixo a fala do então presidente Lula:

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)