Ceia sem peru?


Natal “magrinho” para famílias e comércio resume desastre na economia, diz Hauly

O Natal deste ano será marcado por mais austeridade e pouco aquecimento do comércio graças ao desastre do atual cenário na economia nacional. A avaliação, feita pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PR) nesta segunda-feira (13), resume o momento 14282212711_7f58b84d11_zatual, no qual inflação e juros altos são acompanhados por endividamento recorde das famílias e redução do poder aquisitivo do trabalhador. Entidades e empresários do varejo preveem que as vendas da data festiva terão seu pior avanço em dez anos – apenas 3%. A Confederação Nacional do Comércio estima uma quase estagnação no número de empregos temporários para o final de ano: leve alta de 0,8%. Será o pior desempenho desde 2009, quando o Brasil ainda amargava os efeitos da crise mundial.

“O desastre da economia no governo Dilma é total e afeta o poder aquisitivo das famílias, sem contar o endividamento, a elevação da taxa de juros e a diminuição da atividade econômica. Sem dúvidas, esse é o pior governo da história do Brasil e a condução da economia por Dilma e Mantega é um desastre total”, critica Hauly.

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O endividamento das famílias atinge um patamar inédito. De acordo com dados do Banco Central, o comprometimento do orçamento doméstico apenas com empréstimos de bancos e financeiras saltou de 21,47% em 2005 para 46% da renda familiar. Por outro lado, o rendimento real do trabalhador deverá avançar neste ano apenas 1,4%, a menor variação desde 2009.

Tudo isso já reflete nas vendas do varejo, que ficaram estagnadas em quatro dos últimos seis meses. Em julho o desempenho foi ainda pior, com queda de 1,1%, o resultado mais fraco desde outubro de 2008. Naquele mês, oito das 10 atividades do varejo pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registraram queda.

Não é difícil entender o porquê desse endividamento e dos reflexos que ele gera, como o desaquecimento do comércio. A escalada da inflação e dos juros ao consumidor está no maior patamar em três anos e leva as famílias a terem mais cautela na hora de comprar. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cravou alta de 6,75% ao ano (nos últimos 12 meses até setembro) as taxas médias cobradas nos financiamentos às pessoas físicas chegaram a 43,2% em agosto, segundo o Banco Central.

Hauly lembra que enquanto a América Latina e as nações emergentes crescem, o Brasil perdeu fôlego e deve amargar um novo Pibinho. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento da economia de 0,3%. O cenário é tão preocupante que, diante da alta de preços nos supermercados, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, sugeriu aos brasileiros para trocaram a carne por ovo. Não é difícil imaginar que o governo queira que no Natal as famílias troquem o tradicional peru pelo frango. “Isso é um verdadeiro desgoverno. Perderam o controle e quem sofre com isso é o trabalhador”, rechaça o deputado paranaense, reeleito nas eleições de 5 de outubro. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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13 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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