Fraude, desvios e corrupção

População precisa reagir às falcatruas de PT e aliados na Petrobras, defende Izalci

A confirmação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de que desvios de obras da companhia abasteceram o PT e partidos aliados sepultou de vez a versão “não sei e não vi” do governo de Dilma Rousseff. A avaliação é do deputado Izalci (DF), que integra a CPI mista da estatal. Costa revelou as informações à Justiça Federal na quarta-feira (8).

O momento, disse o parlamentar, exige reação da sociedade. “A população precisa se conscientizar de que essa prática não pode ser considerada normal. As pessoas têm que se revoltar”, destacou o tucano. “Não dá mais para aceitar a história de que não sabiam ou não viram. Pior ainda, de que liberaram a polícia para apurar. Havia sim uma quadrilha na Petrobras com o objetivo de desviar recursos públicos”, acrescentou.

Em seu primeiro depoimento à Justiça após o acordo de delação premiada, Costa afirmou que foi nomeado para o cargo, em 2004, pelo então presidente Lula, já sabendo que teria de levantar recursos ilícitos para os partidos. Ele também apontou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, como um dos integrantes do grupo que cometia as irregularidades, além de ex-diretores da empresa: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque. Este, segundo Costa, foi nomeado pelo ex-ministro José Dirceu.

A divulgação dos trechos do depoimento foi feita pelo advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef e acompanhou a audiência. Tanto Costa quanto o doleiro asseguraram que não eram os líderes do grupo, mas seguiam ordens de agentes políticos.  O doleiro admitiu ainda que as planilhas apreendidas pela Polícia Federal eram relacionadas a suborno na obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Erguida ao custo de US$ 20,1 bilhões – valor dez vezes superior ao estimado preliminarmente (US$2,5 bilhões) – a refinaria Abreu e Lima é o retrato da corrupção, incompetência e malversação de recursos, revela o TCU. Pelas projeções do órgão, o superfaturamento na unidade ultrapassa R$ 1,1 bilhão.

Segundo Izalci, a farta e consistente documentação, além dos depoimentos do ex-diretor e de Youssef, sobre as falcatruas na maior empresa brasileira não permitem dúvidas sobre as intenções do PT para o Brasil. “Essa é a forma de eles governarem. Eles fazem de tudo pelo poder e chegaram ao limite. Não há mais condição”.

 (Reportagem: Luciana Bezerra, com informações do jornal “Folha de S.Paulo”/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)