Petrolão
Para deputados, depoimento de contadora de Youssef confirma volta do mensalão petista
Deputados tucanos saíram do depoimento de mais de quatro horas de Meire Bonfim Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, na CPI Mista da Petrobras, certos de que o PT e aliados continuam a usar as mesmas manobras adotadas durante o mensalão para desviar recursos públicos e abastecer o cofre de partidos.
Youssef foi preso em março deste ano na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de chefiar uma quadrilha que movimentou R$ 10 bilhões por meio de evasão de divisas e lavagem. Em 24 de setembro, ele assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Aos parlamentares, ela confirmou nesta quarta-feira (8) algumas das supostas peripécias promovidas por Youssef. Entre elas, a tomada de um empréstimo de R$ 4 milhões em nome da empresa dela, a Arbor Consultoria e Assessoria Contábil, no Banco Máxima. A instituição financeira teria aceitado realizar a operação ciente de que Poza não teria condições de saldar a dívida. “Assim como no mensalão, houve a utilização do sistema bancário para tirar financiamento fictício, como acontecia com o Banco Rural”, destacou o deputado Izalci (DF).
O parlamentar lamentou que as falcatruas tenham sido divulgadas somente após o primeiro turno das eleições. “Acredito que antes do segundo turno a população brasileira ficará sabendo da quadrilha que foi montada para sacar recurso público”, disse.
Durante a audiência, ela afirmou que emitiu cerca de R$ 7 milhões em notas frias a pedido de Youssef e de integrantes dos empreendimentos administrados por ele. Segundo a contadora, o doleiro solicitava o mesmo tipo de documento ilegal a Valdomiro de Oliveira, titular das empresas MO Consultoria e RCI Software. Além disso, confirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa tinha negócios em comum com o doleiro.
Dinheiro suspeito – Para surpresa dos integrantes do colegiado, Meire revelou que o jornalista Breno Altman, ligado ao PT, teria repassado dinheiro ao doleiro Enivaldo Quadrado para o pagamento de multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dono da corretora Bônus Banval, o doleiro foi condenado por lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão e penalizado com serviços alternativos e multa de R$ 28,6 mil, desconsiderando juros e correções feitas posteriormente.
Meire disse que, de maio a julho deste ano, foi à casa de Altman receber R$ 15 mil por mês. Ela entregava as quantias a Quadrado na cidade de Assis (SP), de acordo com ela. As duas primeiras remessas foram feitas, segundo a contadora, em real. A terceira, com notas de dólares. Segundo Meire, o dinheiro foi usado para pagar multas de condenados no mensalão.
O episódio foi considerado estarrecedor pelo líder da Minoria, deputado Domingos Sávio (MG). “A quadrilha se instalou no Brasil e roubou no mensalão. Alguns dos indivíduos que foram condenados são tratados como heróis e louvados pela militância. Outros tiveram que pagar multa. Aí o partido se organiza para pagar com dinheiro roubado”, reprovou.
Relação antiga – Quadrado foi o responsável por tornar Meire prestadora de serviços das empresas pertencentes ao doleiro Youssef a partir de 2010. Mas foi somente a partir de junho de 2011 que ela passou a oferecer assessoria contábil regularmente.
Meire fazia a contabilidade, inclusive, da GFD Investimentos, empresa na qual Quadrado era diretor financeiro. Segundo ela, as receitas do empreendimento eram provenientes do faturamento de alguns hotéis pertencentes ao doleiro, de aluguéis de terrenos e de emissões de notas frias feitas para empreiteiras.
(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)
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Quando isto tudo vai para os jornais e televisão?
O povo precisa saber de tudo isso.
Não adianta ficar somente na comunicação interna do partido
Nós com nós não esclarece a população.