Postura inaceitável


Presidente da Comissão de Relações Exteriores reprova timidez do Brasil no combate ao ebola

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Eduardo Barbosa: para construir porto em Cuba governo brasileiro tem milhões de dólares para emprestar, enquanto ajuda humanitária para africanos fica em segundo plano.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, deputado Eduardo Barbosa (MG), reprovou nesta sexta-feira (3) a timidez da ajuda humanitária do Brasil na mobilização de combate ao vírus ebola.  Enquanto a comunidade internacional une forças e recursos contra a doença que já matou mais de 3 mil pessoas no oeste da África, a maior nação da América do Sul  aparece como uma das que ofereceram o menor volume de recursos: apenas US$ 400 mil, que até ontem ainda nem tinham sido desembolsados.

O descaso vem à tona apesar do esforço do ex-presidente Lula em reforçar laços diplomáticos com nações do continente africano e com a tentativa do Itamaraty de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Para se ter uma ideia, a Índia vai destinar US$ 12 milhões, enquanto a Venezuela prometeu US$ 5 milhões, apesar de o país comandado por Nicolas Maduro enfrentar uma forte crise interna. A postura brasileira não combina com as promessas feitas por Dilma em discurso na Assembleia Geral da ONU na semana passada. Na ocasião a petista defendeu a proposta do Secretário-Geral de estabelecer a Missão das Nações Unidas de Resposta Emergencial ao ebola e disse que o Brasil seria “inteiramente solidário a isso”.

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No entanto, para Barbosa a solidariedade do governo do PT é muito maior com as ditaduras e governos alinhados às ideologias lulopetistas do que com as vitimas do ebola na África. O governo bancou, por exemplo, a bilionária obra do porto de Mariel em Cuba e injetou milhões de dólares na ampliação do metrô de Caracas. No entanto, a postura é bem diversa para ajudar a conter a devastadora doença, prestar assistência aos doentes  e tentar impedir a disseminação do vírus. 

“O interesse que eles, do PT, têm é apenas comercial, não humanitário. Para buscar investir na construção de porto em Cuba há dinheiro, mas para combater uma epidemia que pode alcançar todos os continentes aí a postura é diferenciada”, lamentou o presidente da CREDN. O deputado avalia que a postura deixa o Brasil em uma situação deliciada: a de “lavar as mãos” diante do problema, mesmo após de ter buscado ampliar as relações diplomáticas com os países da região. Além do dinheiro, a diplomacia local também está contribuindo com 14 kits de ajuda e pretende enviar alimentos, mas não há orçamento autorizado para isso. 

Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, a diretora geral da ONG Médicos sem Fronteiras no Brasil, Susana de Deus, cobrou do Planalto uma postura diferente. “O Brasil é um dos países com mais embaixadas na África e grande política de aproximação com o continente. O país poderia mostrar sua solidariedade de forma mais substancial, à altura do país”, apontou. Segundo ela, a situação está fora do controle na África. A Organização Mundial de Saúde calcula que será preciso gastar US$ 1 bilhão para impedir que o ebola se transforme em uma catástrofe mundial. 

(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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3 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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