Fracasso retumbante

Para Hauly, Dilma é a pior presidente da história do Brasil para o setor energético

“Ela foi um fracasso retumbante. Quase destruiu as empresas estatais com medidas unilaterais, draconianas e irresponsáveis, intervindo brutalmente no setor elétrico e derrubando as empresas”, apontou Hauly.

Usado como trampolim para alçar a petista Dilma Rousseff ao posto de “gerentona” do governo Lula e, em seguida, arremessá-la ao cargo de comandante do país, o setor energético virou o exemplo emblemático do poder avassalador da incompetência administrativa da presidente.

De acordo com auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que subsidia as tarifas do setor, o governo cometeu uma série de equívocos numa área estratégica para o crescimento do país. “Dilma é a pior presidente da história do Brasil para o setor energético”, afirmou nesta sexta-feira (3) o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) ao avaliar as conclusões do relatório.

O documento aponta, por exemplo, falta de planejamento e falhas de regulação que ocasionaram um rombo financeiro no caixa das distribuidoras de energia. A conta da desordem, apontou o órgão, será liquidada pelos consumidores. Até o fim de 2015, eles não poderão mais desfrutar da “bonança” do desconto de, em média, 20% nas contas de luz. Pelo contrário. Terão é que desembolsar mais para saldar os empréstimos providenciados pelo governo petista para socorrer as distribuidoras de energia.

“Ela foi um fracasso retumbante. Quase destruiu as empresas estatais com medidas unilaterais, draconianas e irresponsáveis, intervindo brutalmente no setor elétrico e derrubando as empresas”, criticou o tucano. O parlamentar referiu-se especialmente à Medida Provisória 579 (convertida na Lei 12.783/2013), editada em setembro de 2012 e que determinava a renovação das concessões de energia elétrica e a redução do valor das tarifas.

Sem consultar as partes interessadas e detalhar os critérios de cada uma dessas iniciativas, Dilma transformou a MP numa plataforma de propaganda populista. Em duas ocasiões, 7 de setembro em 2012 e 23 de janeiro de 2013, ela usou a cadeia nacional de rádio e televisão para anunciar o corte na tarifa e, assim, estimular o consumo de energia.

MEDIDAS CONTRADITÓRIAS – Na contramão do que alardeava a presidente, o governo cancelou o leilão de energia que deveria ser feito antes da assinatura dos contratos de renovação das concessões. Ou seja, não permitiu que as distribuidoras adquirissem mais energia a preços mais competitivos justamente no período em que o consumo estava sendo estimulado. Essa decisão, segundo o TCU, agravou a crise das empresas.

Para completar, o governo se esqueceu de considerar as previsões meteorológicas. Desde o segundo semestre de 2013, a estiagem mantém os reservatórios das hidrelétricas no limite. Além disso, não se preocupou em antecipar a conclusão de diversas obras do setor elétrico.

Na tentativa de evitar o apagão, Dilma recorreu às onerosas e poluidoras usinas termelétricas e obrigou as distribuidoras a comprar energia no mercado de curto prazo, que, geralmente, cobra muito mais caro.

Não foi difícil prever que os cofres das distribuidoras esvaziaram rapidamente. Para socorrê-las, o governo providenciou dois empréstimos bancários no valor R$ 17,8 bilhões. Considerando os juros, a fatura alcança a cifra de R$ 26,6 bilhões e será paga pelos consumidores entre 2015 e 2017.

Para Hauly, o desastre promovido pela petista no setor energético só é comparável ao que ela fez na política econômica e na Petrobras. “Houve o desmonte da maior empresa do Brasil com a irresponsabilidade da administração dela como presidente do Conselho de Administração da estatal e como presidente da República. Ela desmoralizou a companhia”, concluiu. 

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)