Brasil na berlinda

Vexame de Dilma na infraestrutura assegura ao Brasil mais um título negativo

A combinação de incompetência e inexperiência administrativa do governo petista, potencializada por uma inclinação ideológica cheia de segundas intenções, assegurou ao Brasil mais um título internacional negativo. Segundo o jornal “Valor Econômico” desta quarta-feira (1º), o país tem a pior infraestrutura de transportes entre as nações que integram os Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

 De acordo com relatório anual de competitividade do Fórum Econômico Mundial, divulgado em setembro, o Brasil saiu da 107ª posição no ranking de transportes de 2013 para 120ª colocação. Foi ultrapassado pelo México, Vietnã e Etiópia.

Para o deputado Duarte Nogueira (SP), o governo petista prioriza investimentos em países com os quais tem algum alinhamento ideológico e ignora as demandas locais. Ele citou o Porto de Mariel, em Cuba, modernizado graças a um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 A instituição desembolsou US$ 682 milhões, o correspondente a dois terços do custo total da obra, US$ 957 milhões – valor 15 vezes maior do que o aplicado pelo governo nos portos brasileiros em 2013. “Ou seja, os impostos pagos pelos brasileiros  vão parar em modernização de infraestrutura para outro país. O Brasil precisa investir no Brasil!”, disse Nogueira em seu perfil no Facebook.

 De acordo com Izalci (DF), o desempenho pífio em um setor essencial para o crescimento econômico tem a ver também com a propagada aversão petista à iniciativa privada. “Esse governo era ideologicamente contra qualquer participação privada na infraestrutura. Quando percebeu que era necessário, já era tarde”, afirmou. “Perdemos 12 anos de investimentos na infraestrutura do país, infelizmente, por falta de competência e inexperiência do governo”, acrescentou o tucano.

 PARA PROPAGANDA – Demonstração inequívoca da inabilidade petista é o programa de concessões de infraestrutura de transportes, especialmente no quesito relacionado a portos e ferrovias. Preocupado em alardear metas ambiciosas sem considerar a necessidade de projetos consistentes para as licitações, o governo de Dilma Rousseff não conseguiu atrair interessados em construir terminais em portos públicos e novos trechos ferroviários.

 Quando encontra empresas dispostas a tocar empreendimentos, o governo ignora todas as regras que impõem respeito ao dinheiro público. Foi assim com a construção de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás. Entre as irregularidades identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na obra, destacam-se o superfaturamento em R$ 153 milhões e a falta de projetos.

 De acordo com edição de 18 de setembro do jornal “Folha de S.Paulo”, o órgão determinou abertura de um processo específico para cobrar das empresas contratadas e da Valec, estatal de ferrovias, o montante considerado superfaturado. A publicação revelou que o valor inicial do contrato do trecho, entre as cidades de Anápolis e Uruaçu, era de R$ 1,2 bilhão. As obras começaram em 2008 e foram consideradas concluídas pelo governo apenas neste ano.

A presidente Dilma Rousseff, inclusive, aproveitou-se da ocasião para inaugurar a área em agosto. No entanto, a ferrovia ainda não funciona nesse trecho. São necessários reparos em trilhos que já estão danificados e que uma empresa se responsabilize por operar sinais e passagens.

 (Reportagem: Luciana Bezerra, com informações dos jornais “Valor Econômico” e “Folha de S.Paulo”/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)